PROTESTO

Novo protesto feito por moradores que reclamam de construção de habitacional em campo de futebol prejudica trânsito na área Central do Recife

O último ato havia acontecido no dia 20 de junho e, nesta sexta (5), os moradores do Campo do Barro voltaram a interditar o cruzamento das Avenidas Norte e Cruz Cabugá para reivindicar a construção da obra

Publicado em: 05/07/2024 19:20 | Atualizado em: 05/07/2024 19:30

O ato aconteceu nesta sexta (5), interditando o cruzamento das Avenidas Norte e Cruz Cabugá, no bairro de Santo Amaro  (Foto: Priscilla Melo/DP )
O ato aconteceu nesta sexta (5), interditando o cruzamento das Avenidas Norte e Cruz Cabugá, no bairro de Santo Amaro (Foto: Priscilla Melo/DP )
 
Um grupo de moradores do bairro de Santo Amaro, na área Central do Recife, realizaram, na noite desta sexta-feira (5), um novo protesto contra a construção de um habitacional em um campo de futebol conhecido como “Campo do Barro”. 

A manifestação prejudicou o trânsito nas avenidas Cruz Cabugá e Norte, já que os manifestantes atearam fogo em entulhos e interditaram o cruzamento das Avenidas Norte e Cruz Cabugá.

Com isso, o tráfego de veículos ficou prejudicado nos quatro sentidos, já que o cruzamento dá acesso no sentido Recife-Olinda, nas duas mãos, e também interliga os bairros do Recife e Santo Amaro, também nos dois sentidos. 

Segundo o Corpo de bombeiros, a corporação foi acionada e deslocou uma viatura anti chamas para apagar o fogo na pista e retirar os entulhos da via. 

O ato foi acompanhado por policiais militares do 16ºBPM e por batedores de trânsito da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), que realizaram o ordenamento do tráfego de veículos na região. O protesto foi iniciado por volta das 18h. 
Os manifestantes colocaram entulhos e atearam fogo na pista  (Foto: Priscilla Melo/DP )
Os manifestantes colocaram entulhos e atearam fogo na pista (Foto: Priscilla Melo/DP )

A manifestação foi feita por populares que residem próximos ao Campo do Barro, e reclamam da construção de um habitacional no campo de futebol do bairro, sob responsabilidade da Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab). A afirmação foi feita por lideranças comunitárias. 

Esse é o segundo ato realizado pelo grupo de moradores para retificar a construção do habitacional no campo de futebol. 

O primeiro aconteceu no dia 20 de junho deste ano, em que os manifestantes realizaram um protesto semelhante ao desta sexta (5), interditando o cruzamento das Avenidas Norte e Cruz Cabugá. 

Naquela ocasião, o Governo do Estado se posicionou por meio de nota afirmando que a obra não é de responsabilidade da gestão.   

“O Estado não é responsável pela construção do habitacional.
A área foi objeto de chamamento público. A AAST,  entidade que representa o movimento, apresentou proposta e o seu projeto, para construção de 96 unidades, foi aprovado pelo Ministério das Cidades’, disse o governo, em nota emitida no dia 20 de junho.

Contudo, segundo o líder comunitário Lúcio Flávio, de 37 anos, os moradores do Campo do Barro tiveram conhecimento que as negociações para a construção do habitacional avançaram, o que motivou a revolta dos populares que resolveram reivindicar novamente, realizando o novo protesto desta sexta (5). 
O ato interditou os quatro sentidos do cruzamento das avenidas Norte e Cruz Cabugá (Foto: Priscilla Melo/DP )
O ato interditou os quatro sentidos do cruzamento das avenidas Norte e Cruz Cabugá (Foto: Priscilla Melo/DP )

“Não somos contra a construção habitacional. É direito do cidadão ter moradia, ter onde morar. Contudo, já nos expressamos publicamente e inclusive em uma reunião com o Governo do Estado, que somos contra que essa obra seja feita justamente no Campo do Barro. É um equipamento público que a comunidade preza há mais de 50 anos. Cuidamos do campo e é o único espaço de lazer e esportes para as nossas crianças e jovens, Tem vários espaços que o Governo e a entidade responsável por esse habitacional possam construir o habitacional. Mas, no Campo do Barro, não aceitamos! Vamos continuar protestando até que essa obra seja suspensa”, declarou o auxiliar administrativo Lúcio Flávio, um dos líderes do movimento. 

A reportagem do Diario entrou em contato com a assessoria de imprensa  da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Seduh) para saber se a pasta irá se posicionar sobre o novo protesto de moradores e aguarda retorno. 

Até a última atualização desta matéria, a pista continuava interditada por conta das chamas e entulhos espalhados pela via.