Na cadeia de novo

Réu por crimes sexuais, Rodrigo Carvalheira é preso pela segunda vez

Empresário foi acusado por estupro de vulnerável envolvendo pessoas com quem tinha amizade

Publicado em: 06/06/2024 11:45 | Atualizado em: 06/06/2024 13:11

 (Foto: Arquivo )
Foto: Arquivo
 
O empresário Rodrigo Carvalheira, de 34 anos, foi preso novamente, nesta quinta-feira (6).
 
A informação foi confirmada pela Polícia Civil. Ele foi denunciado em casos de crimes sexuais contra mulheres, como estupro de vulnerável, e virou réu em pelo menos um deles. 
 
Em abril deste ano, Carvalheira ficou preso durante seis dias.
 
O suspeito deixou o Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife, no dia 17 de abril, e passou a ser monitorado por uso de tornozeleira eletrônica, como medida cautelar deferida pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). 
 
A prisão desta quinta foi  pedida pelo Ministério Público (MPPE) por causa de uma ligação que Rodrigo Carvalheira teria feito  em dezembro de 2023.
 
Ele teria mantido contato com o tio de uma suposta vítima. 
 
Assim, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) considerou que o empresário está interferindo nas investigações do caso.
 
Por meio de nota, a Polícia Civil disse que: "A Polícia Civil de Pernambuco informa que, por meio de equipe da 1a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher- Santo Amaro, deu cumprimento a Mandado de Prisão expedido pela 18a Vara Criminal da Capital em desfavor de um homem, de 34 anos. A prisão foi efetuada, na manhã desta quinta-feira (06), no bairro de Boa Viagem, Recife. O acusado segue no momento para o Instituto de Medicina Legal (IML) e, em seguida, será recolhido ao COTEL". 

Inquéritos

No dia 31 de maio, a Polícia Civil pernambucana detalhou o estágio dos cinco inquéritos que investigaram o empresário, de 34 anos, por envolvimento em  crimes sexuais contra mulheres. 
 
Em três casos, ele foi indiciado por estupro de vulnerável. 

Os outros dois prescreveram. Ou seja, o Estado não tem mais como executar a punição contra o empresário.
 
Em todos , no entanto, a Polícia Civil encontrou um ponto em comum: Carvalheira aproveitou relações de amizade para poder estuprar as vítimas. 

Além disso, em todos os episódios, segundo a polícia, as vítimas estavam sob efeito de álcool ou em estado de sonolência. 

A corporação também afirmou que duas das cinco mulheres abusadas pelo empresário eram adolescentes na época em que os estupros aconteceram.
 
Uma delas sofreu a violência sexual no dia do próprio aniversário de 16 anos, em 2009. 
 
A outra também tinha 16 anos na época em que foi estuprada, em 2005. 
 
Esses dois são justamente os casos que  prescreveram.

Dessas duas vítimas, uma delas foi estuprada quando estava em estado de embriaguez e outra quando estava sob o efeito parcial de embriaguez, segundo a polícia.  

As delegadas responsáveis pelos cinco inquéritos, Larissa Azedo e Jéssica Ramos, detalharam como o empresário agia. 

“A conduta do investigado revelou o mesmo método de ação. Foram feitas várias diligências, algumas sigilosas. A gente constatou que  existiam elementos suficientes para fazer o indiciamento. A gente identificava o estado de vulnerabilidade das vítimas e o elo de confiança que o investigado tinha com elas. O que torna elas mais vulneráveis ainda, pela relação de confiança e retirada de vigilância. Eram relação de amizade prévia. Outras mulheres  que também eram consideradas amigas do investigado perceberam que passaram pela mesma coisa. Essas vítimas levavam um bom tempo para perceber que tinham sido vítimas de um crime”, disse a delegada Jéssica Ramos, titular da 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). 

A investigadora ainda disse que: “Esses fatos são bem diferentes dos casos de estupro que estamos acostumados a ver. Aqui, a gente trata de uma relação de grupo de amigos, em que a vítima não espera ser abordada de alguma maneira indesejada que está ali convivendo com você. Aquele pessoal que faz parte do grupo de amigos se surpreende com atitudes de violência sexual. Ficaram evidenciadas tentativas de relações sexuais,  quando as vítimas estavam em  estado de sonolência ou embriagadas, pelo uso de álcool. Então, esse estado em que a pessoa se encontra em sonolência ou embriaguez acaba a tornando vulnerável. Ela não consegue optar, de fato, e saber o que  quer ou não quer deixar acontecer. Algumas vítimas nem se lembram como deixam acontecer as situações. Então, o ponto-chave é que havia sempre essa relação de amizade e confiança. Algumas vítimas tiveram somente a coragem de denunciar anos depois, o que não significa que o crime não deixou de acontecer”. 
 
 
O que diz a defesa de Rodrigo Carvalheira 

Procurada pela reportagem do Diario de Pernambuco, a defesa de Rodrigo Carvalheira, feita pelos advogados Wilibrando Albuquerque, Thiago Guimarães e  Dyego Lima, disse que: “ Repudiamos veementemente as acusações infundadas e esperamos que a verdade prevaleça, assegurando a integridade e os direitos fundamentais do Sr. RODRIGO. Nosso cliente segue confiando no Poder Judiciário e continua à disposição, colaborando com Justiça”.
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