Violência sexual

Padrasto preso por estuprar enteada adolescente praticava violência doméstica contra mãe e irmão da vítima

Segundo polícia, o homem já tinha sido preso por tráfico de drogas. Havia, ainda, registros por ameaça e comportamento violento

Publicado em: 15/05/2024 13:57 | Atualizado em: 15/05/2024 14:15

Polícia explicou como desvendou caso de estupro de adolescente (Foto: Rafael Vieira/DP)
Polícia explicou como desvendou caso de estupro de adolescente (Foto: Rafael Vieira/DP)
O  homem de 35 anos, que foi  preso por estuprar a enteada, no Recife, fazia ameaças e praticava violência doméstica  contra a mãe e irmão da vítima.
 
Essa adolescente abusada sexualmente pelo padrasto tem, atualmente, 14 anos. 
 
A informação foi repassada, nesta quarta (15), pela delegada Maria Eduarda Melo, do Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA), responsável pelo caso.   
 
O homem, que não teve o nome divulgado para preservar a vítima, também é investigado por abuso sexual da própria filha, uma adolescente de 13 anos. 
 
O abusador foi preso, em 8 de maio, após cumprimento do mandado de prisão preventiva, expedido pela Justiça na capital pernambucana.

Detalhes
 
Em entrevista coletiva, na sede da Polícia Civil, no Centro da capital, a delegada afirmou que, além de estuprar a enteada, ele agredia a jovem durante os abusos sexuais. 
 
Além disso, esses abusos foram praticados durante grande período, desde que a enteada estava com 11 anos de idade. 
 
Ainda segundo a polícia, o homem tinha antecedentes criminais.
 
Foi preso por tráfico de drogas e também tinha registros por ameaça e comportamento violento.

Relatos

A vítima afirmou para os policiais  que os abusos começaram com atos libidinosos e depois se consumaram para conjunções carnais. 
 
Exames comprovaram que a garota foi violada fisicamente, mesmo que não tenham sido encontrados materiais genéticos do suspeito, devido ao lapso temporal desde o último episódio de abuso, acontecido no fim do ano passado.
 
Segundo as investigações, a garota relatou que os episódios aconteciam de noite, de maneira escondida, enquanto a mãe e o irmão dormiam, para que não houvesse chance de alguém testemunhar os abusos sexuais.
 
O caso começou a ser desvendado quando a mãe da vítima dos estupros procurou a polícia após tomar conhecimentos dos  fatos, narrados pela própria garota.
 
A polícia disse que, quando a vítima fez a denúncia, o padrasto tentou impedir que a mãe dela fosse até a delegacia.
 
Para isso, fez ameaças com uma faca, e posteriormente, com agressões verbais.
 
Ele costumava ameaçar matar a mãe e o irmão da vítima, caso fosse feita alguma denúncia.  
 
Preso, o homem negou a autoria do crime e se disse "injustiçado", de acordo com a polícia.
 
Ameaças

Como se não bastassem as agressões e estupros, a polícia se deparou com uma atitude do homem, que tentou atrapalhar investigações.
 
Em certo momento, o agressor afirmou que a enteada havia sido abusada sexualmente por  outro homem, um "desconhecido". 

No entanto, essa narrativa falsa foi desmentida  e a polícia conseguiu confirmar que ele era de fato o agressor. 
 
"Esses abusos aconteciam com violência e grave ameaça. [...] Ela, já não aguentando mais tudo o que vinha passando, resolveu revelar os fatos, sobretudo [...] depois de perceber que alguém estava sendo acusado injustamente por algo que não tinha cometido. E era alguém do convívio dessa adolescente. Ela tomou coragem e revelou o fato", afirmou a delegada. 
 

Caminhos Seguros

Toda a operação foi realizada no âmbito da campanha Caminhos, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que tem como meta combater a exploração sexual de crianças e adolescentes em rodovias e hidrovias e locais de vulnerabilidade para a prática do crime. 
 
Na prevenção, a operação atua em atividades educativas, como palestras em escolas e distribuição de panfletos sobre violência sexual, além de informação sobre direitos da criança e do adolescente. 

Dentro do movimento Caminhos Seguros, é crucial levantar a importância da prevenção e do cuidado com as crianças e adolescentes, com muita atenção para proteger os vulneráveis.

“Pais, responsáveis e parentes próximos precisam estar atentos.”, disse Dalson Macedo, gestor do Departamento de Proteção à Criança e Adolescente.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL