Envenenamento

''Está todo mundo abalado e confuso'', diz pai de criança que morreu após comer biscoito com veneno em Olinda

A criança foi velada e enterrada nesta quarta-feira (29) em Olinda

Publicado em: 29/05/2024 20:17 | Atualizado em: 30/05/2024 14:17

A criança foi velada e enterrada na tarde desta quarta-feira (29) no Cemitério de Guadalupe (Foto: Reprodução/Google Street View)
A criança foi velada e enterrada na tarde desta quarta-feira (29) no Cemitério de Guadalupe (Foto: Reprodução/Google Street View)
A criança de 1 ano e 8 meses que morreu após ter comido o biscoito que estaria envenenado em uma mercearia no bairro de Rio Doce, em Olinda, foi velada e enterrada na tarde desta quarta-feira (29) no Cemitério de Guadalupe. O caso aconteceu na  segunda-feira (27) e a Polícia Civil investiga o caso, que foi registrado como “morte a esclarecer”.

“Está todo mundo abalado e confuso com essa situação. Todo mundo triste. Foi um pedacinho de todo mundo. Ele era o amor da família. Ele falava com todo mundo, beijava, abraçava. Todo mundo gostava dele”, contou o pai do menino, Inaldo José, de 26 anos.
 
"A dor que eu estou sentindo é uma dor inexplicável, imensurável, eu não consigo nem explicar. Eu já chorei, já gritei. Eu não consigo aceitar, eu só penso que a qualquer momento eu vou ver meu filho de novo e isso é horrível porque eu acho que a minha ficha ainda não caiu. Eu estou vivendo a base de calmante para poder aguentar isso", disse a mãe da vítima, Clariann Vitória, de 22 anos.

De acordo com ele, a criança foi até a mercearia com a avó por volta das 18h e passou mal em casa às 19h30. A princípio, os pais suspeitaram que ele tinha se engasgado.

“A gente não suspeitou de nada porque a gente não sabia de nada que tinha acontecido. A única coisa que a gente viu foi a maçã que ele estava comendo. Vendo a criança naquele estado, a gente só queria resgatar e levar para o médico. A gente realmente pensou que ele estava se engasgando”, relatou o pai da vítima.

Segundo a mãe da criança, uma sobrinha dela informou que a criança tinha ingerido veneno quando estava na mercearia. A informação chegou aos pais momentos depois da criança ser levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Rio Doce. Até então, a criança estava passando pelos procedimentos médicos para reverter o possível engasgo.

A vítima chegou a ser socorrida para o Hospital Otávio de Freitas (HOF), no bairro de Tejipió, na Zona Oeste do Recife, na noite de segunda, mas não resistiu às complicações clínicas e morreu às 22h.

Ainda de acordo com o pai, nenhum contato foi feito com a dona da mercearia desde a morte do menino. “Ela sumiu, não deu satisfação. Ela era amiga da minha sogra. Depois que teve essa situação, ela fugiu. Eu não sei qual é a dela, porque a situação apertou para o lado dela”, acrescentou.
Biscoito comido pela criança estava em cima de prateleira perto de outros produtos (Foto: Cortesia)
Biscoito comido pela criança estava em cima de prateleira perto de outros produtos (Foto: Cortesia)

De acordo um relato dado pela dona da mercearia à TV Guararapes, um vizinho contou a ela que a criança havia comido um pedaço do biscoito que estava em cima do balcão quando esteve no local com a avó. 

A proprietária do estabelecimento ainda teria ido até a casa da avó do menino e orientou a mulher a levá-lo ao hospital, mas ela  teria dito que a vítima não tinha ingerido o biscoito.

Segundo a dona da mercearia, o veneno costumava ficar misturado com biscoitos fora do pacote em cima de uma prateleira para matar os ratos que iam até o local. 
 
"Eu quero que ela [ a dona da mercearia] explique porque deixou aquele veneno tão acessível num estabelecimento público. Qualquer criança entra lá, todas as crianças daqui da comunidade entram lá, compram biscoito, compram salgadinho. Por que aquele veneno estava num lugar tão acessível em que qualquer criança poderia ter pegado e comido?", questiona a mãe da vítima.

O pai da criança ainda relatou que a avó do menino ainda não absorveu o caso. “Minha sogra está abaladíssima. Não dá para comentar nada com ela porque ela está em um estado emocional muito grave. A gente tenta conversar sobre outras coisas e tentar amenizar a situação. Ela é avó e tem muito sentimento pela criança”, disse Inaldo.
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