SAUDADES

A dor de Mirtes, mãe do menino Miguel

Mirtes Renata perdeu o filho após ele cair do 9º andar de um prédio de luxo no Recife

Publicado em: 12/05/2024 06:00 | Atualizado em: 12/05/2024 01:45

Hoje, Mirtes é estudante do curso de Direito e trabalha no Legislativo (Foto: Ruan Pablo/DP Foto)
Hoje, Mirtes é estudante do curso de Direito e trabalha no Legislativo (Foto: Ruan Pablo/DP Foto)
“O Dia das Mães para mim é um dia bem triste. A data não faz muito sentido”. O depoimento de Mirtes Renata Santana de Souza, que perdeu o filho Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, após ele cair do nono andar de um prédio no Recife, representa o sentimento de muitas mães que têm hoje apenas a lembrança dos filhos.

Quando a queda aconteceu, em 2 de junho de 2020, Mirtes estava passeando com os cachorros da sua então patroa, Sari Côrte Real, que era a responsável por observar o menino no momento.

“Minha vida mudou totalmente depois da perda do meu filho, tanto a pessoal quanto a profissional. Hoje eu sou uma pessoa que tem uma visão muito mais crítica da vida, diante de tudo que eu passei. Não estou tolerando nada, coisas erradas que eu vejo, eu falo mesmo, doa a quem doer”, relata.

Com a chegada do Dia das Mães, o sentimento de saudade fica ainda mais intenso e pequenos detalhes trazem lembranças.

“Essa data não faz muito sentido para mim porque eu queria que meu filho tivesse comigo para comemorar. Todas as datas, a gente comemorava, e para ele era uma festa, pedia para comprar batom para me dar porque eu colocava batom e ficava dando beijo nele. A gente saía, íamos almoçar fora”, relembra Mirtes.

Após perder Miguel, Mirtes deixou de comemorar até o próprio aniversário, uma vez que o filho era sua principal razão para celebrar. O menino gostava de festas e sempre incentivou a mãe a comprar itens decorativos e comidas. “Ele tinha noção que no aniversário tinha que ter bolo, guaraná, festa, passeios e eu fazia tudo por ele e para ele”, completa.

Hoje, Mirtes é estudante de direito e trabalha no Legislativo. Ela também participa de ONGs e chegou a ir para a Colômbia para atuar na fiscalização das eleições presidenciais.

Caso segue na Justiça

Em dezembro de 2023, a 3ª Câmara Criminal do TJPE manteve a condenação de Sarí, no entanto, reduziu a pena de prisão dela para sete anos de prisão em regime fechado, diferente dos oito anos e seis meses de reclusão definidos em julgamento anterior, em 2022.

A defesa de Mirtes entrou com recurso no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) para recorrer da decisão.
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