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Rodrigo Carvalheira

Defesa de Rodrigo Carvalheira diz que uma das supostas vítimas tem relação com partido político adversário

A advogada Graciele Queiroz afirma que uma das supostas vítimas tem relação com um integrante de um partido rival ao do empresário

Publicado: 11/04/2024 às 22:00

De acordo com a advogada do empresário, o caso começou em outubro de 2020, quando uma das supostas vítimas abriu um Boletim de Ocorrência/Foto: Priscila Melo/DP Foto

De acordo com a advogada do empresário, o caso começou em outubro de 2020, quando uma das supostas vítimas abriu um Boletim de Ocorrência (Foto: Priscila Melo/DP Foto)

A defesa do empresário Rodrigo Carvalheira, de 34 anos, preso preventivamente nesta quinta-feira (11) no Recife, acredita que a decisão Justiça não passa de "política", uma vez que uma das vítimas que alega ter sido abusada sexualmente possui relação com um integrante de um partido político adversário. A declaração foi feita pela advogada criminalista Graciele Queiroz em uma entrevista coletiva, na noite desta quinta, num hotel, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. 

A prisão, decretada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), aconteceu no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul. O empresário está detido no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana, por suspeita de violência contra mulheres.

De acordo com a advogada do empresário, o caso começou em outubro de 2020, quando uma das supostas vítimas abriu um Boletim de Ocorrência (B.O). “Rodrigo é surpreendido em 2020 quando ele a abraça e ela diz: ‘sai daqui seu abusador. Ou você de fato não se candidata, ou eu vou dizer que você me estuprou’. E aí o Rodrigo tenta conversar com ela, que fala que ele está a perseguindo”, relatou a advogada.

Ainda nesta quinta-feira, o Partido da Renovação Democrática (PRD) anunciou a expulsão sumária de Rodrigo Carvalheira. “Diante da gravidade das acusações, o PRD tomou a decisão imediata de expulsar Rodrigo Carvalheira de nosso quadro de filiados. O PRD sempre se pautou pela transparência e pelo rigor ético, e reafirma seu compromisso com a justiça e com a promoção de uma sociedade livre de violência e discriminação", informou uma nota.

Questionada pelo Diario de Pernambuco se a suposta vítima teria alcançado algum objetivo político com a expulsão de Rodrigo do PRD, a advogada disse que “ele não foi expulso do partido. O Rodrigo, 15 dias antes de a polícia adentrar a casa dele, tinha comunicado que não vai se candidatar. Faltavam três dias para o pleito (filiações aos partidos) e foi quando eu entendi que era política. Não tem base, não tem fundamentação a prisão dele. Então a gente não se preocupou, pelo contrário. A gente vê vários contextos de política”, completou a advogada. 

Três mulheres relataram terem sido estupradas pelo empresário nos anos de 2009, 2011 e 2019. De acordo com a advogada, a primeira vítima relata que em 2004, 2006 e 2009 teve um relacionamento com Rodrigo Carvalheira e que teria sido estuprada em uma das festas promovidas pelo empresário. Na época, a vítima tinha 18 anos e teria sido dopada com algum tipo de droga entregue pelo empresário.

Além desta mulher, outras duas denunciaram o empresário pelo mesmo crime. Uma delas alegou que Rodrigo “enfiou um comprimido” na boca dela, comprimido este que seria um ecstasy. A vítima disse não se lembrar de nada e que acordou com o empresário em cima dela e que viu manchas de sangue pela casa.

“Uma das vítimas disse que estava dentro de casa quando ele [Rodrigo Carvalheira] chegou e botou um remédio na boca dela. É muita informação que é dita apenas pelas palavras das vítimas. Não existe prova concreta. Pelo contrário, após esse ato, a conversa dela com ele não tem nada a ver com isso”, defende a advogada.

O outro caso relatado teria acontecido em 2011, quando a vítima em questão tinha entre 16 e 17 anos e teria sido levada por Rodrigo para um motel contra a própria vontade após sair de uma festa.

A ação criminosa foi enquadrada no artigo 217-A do Código Penal, ou seja estupro de vúlnerável. O Código Penal classifica o crime como “ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos”.

A lei ainda destaca que se enquadra neste crime quem se relaciona com uma pessoa que “por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência”.

De acordo com a defesa do empresário, a ação foi enquadrada neste artigo porque as vítimas relataram que estavam vulneráveis e em ambientes de festa.

“Nós estamos falando de três supostas vítimas amigas entre si e amigas dele, lapso temporal de um, dois, três ou seis anos em que ele teria tido um ato sexual, um flerte com elas. E nesse contexto, cada uma que ficou com ele diz que ele era insistente. Isso não é crime. Tudo hoje está sendo baseado apenas na palavra das vítimas”, completou a advogada  Graciele Queiroz. 

Quem é Rodrigo Carvalheira

Rodrigo Carvalheira é proprietário de um bar no Bairro do Recife e possui empreendimentos imobiliários. Ele também foi sócio de uma boate que fechou em 2015, na Zona Sul da cidade. Apesar do sobrenome, o empresário não possui ligação com o Grupo Carvalheira, responsável por promover shows por todo o estado.

“Importante salientar que o mesmo não tem e não teve anteriormente qualquer relação com o quadro societário ou de funcionários do grupo”, informou o Grupo Carvalheira por nota.

Em outubro do ano passado, Rodrigo se tornou presidente estadual do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que se fundiu com o Patriota, formando o Partido da Renovação Democrática (PRD). Além disso, ele já atuou como secretário de Turismo de São José da Coroa Grande, no Litoral Sul pernambucano

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