MEGAOPERAÇÃO

Quadrilha desarticulada em megaoperação tinha esquema de lavagem de dinheiro em empresas fantasmas e compra de criptomoedas

Ação cumpriu 23 dos 28 mandados de prisão expedidos pela Justiça e 45 mandados de busca e apreensão domiciliar previstos.

Publicado em: 26/03/2024 12:54 | Atualizado em: 26/03/2024 15:25

Na operação, a polícia aprendeu um verdadeiro arsenal de armas de grosso calibre e até granadas de uso restrito militar  (Foto: Divulgação/PCPE )
Na operação, a polícia aprendeu um verdadeiro arsenal de armas de grosso calibre e até granadas de uso restrito militar (Foto: Divulgação/PCPE )
 
A organização criminosa desarticulada nesta terça (26), pela Operação Ladybug, estava envolvida em um esquema de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, uso de empresas "fantasmas" e compra de criptomoedas.

Segundo a Polícia Civil de Pernambuco, uma dessas empresas de criptomoedas, que fica em São Paulo, movimentou mais de R$ 1,3 bilhão entre 2020 e 2021.

A ação cumpriu 23 dos 28 mandados de prisão expedidos pela Justiça e 45 mandados de busca e apreensão domiciliar previstos. 

Desse total de mandados cumpridos, foram 16 em Pernambuco, sendo seis contra alvos que já cumprem pena em unidades prisionais do estado. 

Todos os mandados foram expedidos pelo Juízo da Primeira Vara Criminal da Comarca de Paulista, no Grande Recife.

Os detalhes da ação policial foram repassados pela corporação, nesta terça (26), em coletiva à imprensa, na sede da polícia, no bairro da Boa Vista, na área Central do Recife.

Os detalhes da operação foram repassados em coletiva à imprensa, nesta terça (26)  (Foto: Rafael Vieira/DP )
Os detalhes da operação foram repassados em coletiva à imprensa, nesta terça (26) (Foto: Rafael Vieira/DP )

Além de Pernambuco, a operação também prendeu pessoas envolvidas com a quadrilha em seis Estados: Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Santa Catarina.  

O esquema consistia na arrecadação de dinheiro com tráfico de drogas no Grande Recife e no Agreste do Estado. 

Esses recursos eram enviados para empresas de fachada, mais conhecidas como  “fantasmas”, situadas no Paraná e em São Paulo para lavagem de dinheiro. 

Essas empresas de fachada atuavam em variados ramos, como por exemplo, consultoria esportiva, contabilidade, comércio de roupas e, até mesmo, uma confeitaria. Com o dinheiro "limpo", a quadrilha comprava mais drogas na Bolívia e trazia para Pernambuco, por meio de rotas fronteiriças com o País sulamericano. 

Outra transação era feita na compra de criptomoedas, que tornou, segundo a polícia, uma quadrilha altamente periculosa e articulada foi descapitalizada. A polícia detectou 155 transações financeiras com empresas investigadas, totalizando mais de R$ 16, 9 milhões. 

"Essa é considerada a maior quadrilha de tráfico de drogas com atuação em Paulista", afirmou o delegado titular da Delegacia Seccional de Paulista, Adyr Almeida, responsável pelas investigações. 

Na operação, foram bloqueados bens avaliados em R$ 15 milhões, que, segundo a polícia, são recursos ilegais da quadrilha. 

Além disso, a polícia apreendeu um fuzil calibre 556, duas granadas militares, duas pistolas modelo Glock, dois revólveres e centenas de munições. 

A operação foi desencadeada após o trabalho investigativo da polícia que começou em fevereiro de 2022, com a prisão de suspeitos envolvidos com o tráfico de drogas no bairro do Janga, em Paulista. 

“A operação teve o foco de asfixiar essa organização criminosa, que tem abrangência não só em Pernambuco, como também no País todo. Com a prisão de traficantes que atuavam em Paulista, conseguimos identificar o fluxo financeiro desta quadrilha, que consistia, em grosso modo, em remessas de dinheiro aqui do Estado para empresas fantasmas do Paraná, fazendo com que essas empresas laranjas encaminhasse esse dinheiro do tráfico para as zonas de fronteira do Brasil com a Polícia para aquisição de drogas e a compra de cripto ativos, fazendo com que esses recursos sumisse”, explicou o delegado Adyr Almeida. 

O delegado Adyr Almeida detalhou a operação deflagrada pela Polícia Civil, nesta terça (26)  (Foto: Rafael Vieira/DP )
O delegado Adyr Almeida detalhou a operação deflagrada pela Polícia Civil, nesta terça (26) (Foto: Rafael Vieira/DP )

O investigador ainda acrescentou que as armas apreendidas na operação eram usadas para a disputa de quadrilhas para o domínio do tráfico de entorpecentes em Paulista. 

“Eram armamentos de grosso calibre utilizados por criminosos, inclusive para assassinatos possivelmente, onde a Delegacia de Homicídios está apurando”, ressaltou o investigador.  

Nome da operação

A operação recebeu esse nome por causa de um desenho animado que passa em TVs por assinatura.

A personagem principal é uma jovem que tem superpoderes e se transforma em uma joaninha (bug).

A ação foi deflagrada por causa das ações de uma quadrilha de traficantes liderada por um homem conhecido como "Joaninha", que lidera justamente a quadrilha alvo da polícia, nesta terça (26), com forte atuação em Paulista, no Grande Recife.  

De acordo com a Polícia, "Joaninha" ainda está foragido, e, segundo informações extraoficiais que a polícia não descarta, ele está escondido na Bolívia. 

Enquanto isso, na operação desta terça, a polícia capturou um dos gerentes da quadrilha, que é considerado o braço direito de Joaninha. 

É um homem de 23 anos, que foi preso com a esposa dele, em Dois Unidos, na Zona Norte do Recife. Na casa dele, estava grande parte das armas apreendidas. 

Ele tem envolvimento em um triplo homicídio que aconteceu no Janga, em Paulista, em 2023.


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