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Dia da Mulher: Bancos vermelhos serão instalados na praia de Boa Viagem em memória às vítimas de feminicídio no Estado

Intervenção é um chamado ao poder público e à sociedade civil para ações de prevenção e engajamento na luta pelo feminicídio zero

Publicado em: 07/03/2024 10:51 | Atualizado em: 07/03/2024 11:57

A iniciativa tem como objetivo chamar a atenção das autoridades e da população para o combate ao feminicídio (Foto: Divulgação)
A iniciativa tem como objetivo chamar a atenção das autoridades e da população para o combate ao feminicídio (Foto: Divulgação)
Com a instalação de 100 bancos cenográficos na faixa de areia de uma das praias mais conhecidas do país, o Instituto Banco Vermelho, realiza nesta sexta-feira (08), Dia Internacional da Mulher, uma intervenção urbana na praia de Boa Viagem em memória às vítimas de feminicídio em Pernambuco e em prol da vida das mulheres. 

A iniciativa tem como objetivo chamar a atenção das autoridades e da população para o combate ao feminicídio.

A inspiração para a iniciativa neste 08 de março vem da intervenção realizada na Cidade do México, batizada de “Zapatos Rojos”, protesto idealizado por uma artista plástica que perdeu sua irmã para o feminicídio e consiste na colocação de centenas de sapatos vermelhos em uma praça localizada no coração da Cidade do México.

“Sabemos que o enfrentamento é diário. Infelizmente, o Brasil vive um momento de grande escalada da violência contra a mulher. Mas acreditamos na mudança deste cenário por meio de iniciativas sociais educativas, medidas preventivas para a segurança das mulheres e da implantação de políticas públicas com foco no feminicídio zero”, enfatiza Andrea Rodrigues, presidente do Instituto Banco Vermelho.

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), em dezembro/2023, o Brasil registrou uma pequena redução no número de feminicídio. 

De janeiro a outubro de 2023 foram registrados oficialmente 1.158 feminicídios, uma queda em torno de 2,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior (2022). 

Desta forma, faz-se a leitura que, em média, quatro mulheres são vítimas de assassinato em razão do seu gênero no país. 

Em Pernambuco, sede do Instituto Banco Vermelho, o cenário não é diferente. Segundo dados da Secretaria de Defesa Social, o estado contabilizou oficialmente 69 feminicídios no período de janeiro a dezembro de 2023. 

Além disso, o estado registrou mais de 47 mil casos de violência familiar e doméstica contra a mulher (jan/nov de 2023).

O ato na praia de Boa Viagem-PE contará com a instalação de 100 bancos cenográficos (60cm de altura/cada) na cor vermelha com a aplicação de frases de impacto em combate à violência contra a mulher, e nomes de vítimas de feminicídio.

“Atuamos em diversas frentes de mobilização e articulação em todo o país, abrindo canais de diálogo com todos os poderes e iniciativas privadas para a implantação de medidas educativas, informativas e culturais para a transformação social a respeito da violência contra a mulher. Essa é uma causa nossa, na coletividade. E não podemos silenciar mais para este cenário de tamanha brutalidade contra a vida das mulheres. Precisamos de políticas públicas eficientes para nossa segurança e de movimentos eficazes para garantir a liberdade de meninas, jovens e mulheres no nosso país, não podemos admitir nenhuma mulher a mais”, enfatiza Paula Limongi, diretora executiva do Instituto Banco Vermelho.
 
O ato 8M do Instituto Banco Vermelho conta com o apoio da Uninassau, por meio do Grupo SER. A instituição é uma das incentivadoras do movimento, recebendo nesta semana selo do instituto por ser o primeiro centro de ensino a estar engajado com o movimento em combate ao feminicídio e à violência contra a mulher. 
 
Instituto Banco Vermelho

Inspirado no movimento italiano Panchinni Rosse, criado em 2016 na Itália, o Instituto Banco Vermelho iniciou suas atividades com iniciativa pioneira no Recife, tendo como marco o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher (25.11.2023), por meio de duas mulheres pernambucanas: a publicitária e ativista Andrea Rodrigues, e a gestora em Marketing Paula Limongi.

O movimento tem como propósito principal a conscientização da sociedade para a causa por meio da instalação de bancos vermelhos (cenográficos e funcionais) em espaços públicos e privados. As estruturas contam com mensagens de reflexão sobre o tema, impactando as pessoas e incentivando que sentem, pensem sobre o assunto e ajam com relação ao que vivenciam na coletividade.

Além disso, o Instituto Banco Vermelho atua na articulação com os mais diversos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), bem como com as empresas privadas, para o desenvolvimento e o engajamento de iniciativas que viabilizem a amplificação da pauta junto à população. O movimento também realiza ações culturais e educativas voltadas ao tema com os mais diversos públicos.

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