Vida Urbana
Recife
Construção de restaurante zeppelin no Marco Zero é aprovada por superintendente do Iphan; entidades contrariam decisão
O restaurante deve ser construído em prédios tombados e que possuem grande importância histórica para o Recife
Publicado: 04/03/2024 às 16:23
A criação do restaurante visa ligar as cobertura do prédio de nº 23 da Av. Rio Branco e do prédio de n° 58 da Av. Marquês de Olinda (Foto: Divulgação)
A construção do restaurante zeppelin em prédios históricos do Bairro do Recife foi aprovada pelo superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Pernambuco, Jacques Ribemboim. A filial será construída nos edifícios onde funcionaram o Santander Cultural e as Galerias, em frente ao Marco Zero.
O projeto prevê um grande museu com obras de arte dos grandes mestres pernambucanos, além de auditório, biblioteca, lanchonetes, lojinha do museu e um restaurante acima do terraço superior.
A criação do restaurante visa ligar as cobertura do prédio de nº 23 da Av. Rio Branco, no Marco Zero, e do prédio de n° 58 da Av. Marquês de Olinda. Isso será feito por meio de uma estrutura que remonta à viagem do dirigível ao Recife no ano de 1930.
A autorização cedida pelo superintendente do Iphan permite que o restaurante zeppelin funcione no local por cinco anos.
No entendimento do superintendente do Iphan, a instalação do restaurante “trata-se de um investimento privado de interesse público, reforçando a vocação do bairro do Recife como um importante cluster turístico e cultural, com geração de renda e emprego".
Construção do restaurante não é vista com bons olhos por entidades
A construção do restaurante chegou a ser negada por unanimidade por técnicos do Iphan diante do argumento de que a obra iria descaracterizar o prédio histórico. Além disso, outras entidades não recomendaram o início da sobras, entre elas o Conselho de Arquitetos e Urbanistas em Pernambuco (CAU-PE), o Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o Conselho Estadual de Preservação e Patrimônio Cultural (CEPPC-PE) e o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-PE).
No dia 28 de fevereiro, o Conselho de Arquitetos e Urbanistas em Pernambuco informou através das redes sociais que enviou uma nota de apoio ao corpo técnico do Iphan para que o restaurante não fosse construído.
O documento destaca o “apoio às manifestações feitas por outras instituições e entidades nessa mesma perspectiva e destaca que os profissionais do IPHAN são aptos e devidamente qualificados, experientes e atuam com objetivo de analisar toda e quaisquer tipos de iniciativas que possam vir a causar algum risco ou dano ou impacto ao patrimônio histórico nacional brasileiro”.
O prédio está localizado em uma área tombada devido a importância histórica e cultural para o município. Apesar disso, o projeto conta com o apoio da Prefeitura do Recife, que apresentou um documento através da Secretaria de Política Urbana e Licenciamento do Recife (Sepul) aprovando a obra, desde que atenda alguns requisitos e que seja de forma temporária.
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