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Policiais Civis de Pernambuco anunciam paralisação durante o carnaval

Os agentes alegaram falta de negociações com o Governo do Estado durante o encontro realizado no Palácio do Campo das Princesas

Publicado: 06/02/2024 às 20:35

A categoria alega falta de estrutura para trabalhar, equipe reduzida e salário não compatível com a profissão/Foto: Adelmo Lucena/DP

A categoria alega falta de estrutura para trabalhar, equipe reduzida e salário não compatível com a profissão/Foto: Adelmo Lucena/DP

A categoria alega falta de estrutura para trabalhar, equipe reduzida e salário não compatível com a profissão

Os policiais civis de Pernambuco anunciaram que irão paralisar as atividades a partir da próxima sexta-feira (9), véspera da data oficial do carnaval. O comunicado foi feito após uma reunião entre o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) e representantes do Governo do Estado no final da tarde desta terça-feira (6), no Palácio do Campo das Princesas, no Recife.

 

Cerca de 3 mil policiais civis realizaram um protesto, saindo da sede do sindicato, localizada na Rua Frei Cassimiro, no bairro de Santo Amaro, até o Palácio do Campo das Princesas. O ato reuniu policiais legistas, papiloscopistas, delegados, comissários e escrivães. Este protesto já estava previsto desde o dia 23 de janeiro, quando foi anunciada uma paralisação de 24h por parte dos agentes da polícia.


A categoria alega falta de estrutura para trabalhar, equipe reduzida e salário não compatível com a profissão.

"Não houve sinalização de melhorias na estrutura da Polícia Civil para a gente investigar os crimes e diminuir a violência e nem na questão do efetivo. Nós temos um efetivo hoje menor do que 30 anos atrás. Temos policiais sobrecarregados e muitos adoecendo. O salário que nós recebemos hoje em Pernambuco é o pior salário do Brasil, não dá mais para continuar trabalhando em péssimas condições e ganhando o que a gente está ganhando", disse o presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros.

De acordo com o Sinpol, por conta da paralisação, as atividades do Instituto de Medicina Legal (IML) também serão afetadas. No IML, o trabalho é prestado por peritos e médicos legistas.

A população deverá registrar os Boletins de Ocorrência (BOs) através da Delegacia Virtual. “Desde o ano passado que a gente vem pedindo uma audiência com a governadora e solicitando a abertura da negociação para a gente reestruturar para a Polícia Civil. Em janeiro tivemos 359 homicídios. Isso é um absurdo, isso é número de guerra civil", afirmou o presidente do Sinpol.

 

De acordo com o presidente do sindicato, Pernambuco deveria contar com 11 mil policiais civis, mas possui apenas 5.300, sendo que destes, 1.400 estão prestes a se aposentar.

“Pernambuco está um caos, a insegurança, roubos, homicídios estão batendo recordes. Já começamos janeiro batendo recorde. Então não podemos normalizar essa onda de violência que está aqui em Pernambuco. Pernambuco voltou a ser um dos estados mais violentos do país. Até agora não houve sinalização para que a gente melhorasse", afirmou Áureo.

 

Por meio de nota, o Governo de Pernambuco informou que "uma comissão do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) foi recebida, nesta terça-feira (6), no Palácio do Campo das Princesas, por representantes da Casa Civil e da Secretaria de Administração (SAD). Mais uma vez, foi ressaltado que o Governo já abriu diálogo e que um cronograma para reabertura das mesas de negociações será apresentado ainda neste mês de fevereiro com o objetivo de discutir as pautas pleiteadas pela categoria".

 

 

Policiais civis cruzaram os braços por 24h em janeiro
Paralisação de janeiro afetou as atividades do IML
Os policiais civis do estado fizeram uma paralisação de 24h e cruzaram os braços no dia 24 de janeiro após o resultado de uma reunião com representantes do Governo não agradar a classe. A paralisação foi intitulada de “Operação Padrão” e atingiu todas as atividades compreendidas ao exercício da função dos policiais civis.

Neste protesto, as atividades do ILM foram afetadas e ficaram mais lenta, pois os agentes da polícia impediram a saída dos corpos e colocaram um caixão em frente ao instituto. Nesta paralisação, a categoria saiu da reunião do Palácio do Campo das Princesas insatisfeita e prometeu continuar se mobilizando para cobrar do Poder Executivo melhorias à categoria.

Pernambuco registra 359 assassinatos em janeiro de 2024


 Somente no mês de janeiro, Pernambuco contabilizou 359 casos de Mortes Violentas Intencionais (MVIs), ou seja, 11 mortes por dia. O número supera a série de ocorrências de 2023, quando em 365 dias foram contabilizados 3.623 casos, o que compreende a uma média de 9.9 assassinatos por dia no Estado.

 

Se comparado com o mesmo período do ano passado, o aumento foi de 24,2%, quando em janeiro de 2023 foram contabilizados 289 casos.

 

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