Fisioterapia vestibular auxilia no tratamento da labirintite

O distúrbio atinge cerca de 33% da população brasileira

Publicado em: 28/02/2024 08:30

Segundo a especialista, o programa é realizado durante o período de dez semanas (Romulo Chico/DP Imagens )
Segundo a especialista, o programa é realizado durante o período de dez semanas (Romulo Chico/DP Imagens )

Tonturas, vertigens, náuseas, perda de audição e zumbidos. Esses são os principais sintomas da labirintite, uma doença causada por uma inflamação no ouvido interno que afeta os nervos que ligam a região ao cérebro. Segundo um estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), cerca de 33% da população brasileira pode desenvolver o distúrbio. Com o objetivo de diminuir a frequência dos sintomas, sem intervenção cirúrgica, a reabilitação vestibular auxilia o tratamento da labirintite. 

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“A terapia do labirinto é uma técnica utilizada para compensação vestibular, que é onde ocorrem os estímulos através de 3 mecanismos que são responsáveis pela manutenção do equilíbrio corporal: o sistema visual, o sistema proprioceptivo e o labirinto”, explica a fonoaudióloga do Hospital Jayme da Fonte, Ana Lourdes Loyo. 

A labirintite aparece, geralmente, depois dos 40 e 50 anos, causada por alterações metabólicas e vestibulares. Os níveis altos de colesterol, triglicerídeos e ácido úrico podem ser responsáveis por alterações dentro das artérias que reduzem a quantidade de sangue circulando em áreas do labirinto. Entre os idosos, a chance do distúrbio se manifestar aumenta para 65%. Além da idade, a hipoglicemia, diabetes, hipertensão, uso de álcool e cigarro, café e o uso de certos medicamentos são fatores de risco para o desenvolvimento da doença. 

O programa de reabilitação vestibular é baseado em exercícios fisioterapêuticos para melhorar o equilíbrio dos pacientes. Formulado por especialistas (fisioterapeutas e fonoaudiólogos), os exercícios já demonstram eficácia no controle dos principais sintomas da labirintite. Porém, os exercícios não são universais. Cada paciente deve receber um plano de tratamento personalizado, conforme os sintomas apresentados, desejos, objetivos e limitações. Por isso, é essencial procurar um neurologista ou otorrinolaringologista para receber o diagnóstico correto, feito por meio de uma avaliação clínica e exame otoneurológico e decidir o melhor plano de tratamento do distúrbio.

Em geral, os exercícios mais comuns e focados na diminuição da tontura são: treinamento para a estabilização do olhar, indicado para pacientes que não conseguem enxergar claramente em movimento; exercícios de Cawthorne e Cooksey, que englobam técnicas de movimentos relacionados à cabeça, pescoço, olhos e ao controle da postura corporal; e exercícios físicos gerais para retreinamento de equilíbrio, como caminhar fazendo rotações cervicais, subir e descer escadas, manter-se em pé, entre outros. Ainda segundo a especialista do Jayme da Fonte, o programa de reabilitação é realizado durante o período de dez semanas, com a realização das sessões a cada sete dias. 

“As vantagens da terapia são: a redução dos sintomas, como vertigem, tontura e desequilíbrio, e a melhora na função vestibular do paciente”, finaliza Ana Lourdes Loyo. 

Apesar de ser um sucesso no auxílio do tratamento da labirintite, existem alguns fatores que podem comprometer a evolução da fisioterapia. Entre eles, estão: hábitos sedentários, alguns medicamentos, sofrer de outras condições médicas e estressores emocionais. O distúrbio também pode ser controlado pelo uso de vasodilatadores, labirinto-supressores, anticonvulsivos e antidepressivos, além de medicamentos específicos para náusea e mal-estar.

Consolidado no polo médico de Pernambuco, o Hospital Jayme da Fonte conta com uma rede ambulatorial com diversas especialidades, além de serviços complementares, em áreas como fonoaudiologia, com foco na prevenção, diagnóstico e tratamento, sempre priorizando a humanização de seus serviços.


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