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Após dez anos, PMs são julgados por envolvimento no assasinato de jovem

Um dos policiais é acusado de atirar em Marcos laurindo Silvca, de 21 anos, na frente de casa, na Guiabiraba, no Recife. O outro responde por ter prestado falso testemunho para defender colega

Publicado: 20/02/2024 às 14:20

Jovem foi assassinado na frente de casa/Foto: Arquivo

Jovem foi assassinado na frente de casa/Foto: Arquivo

Jovem foi assassinado na frente de casa
Está sendo julgado, nesta terçça (20), um policial militar denunciado pelo assassinato de um jovem morador de uma comunidade da Zona Norte do Recife. 
 
De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), a sessão de julgamento popular  acontece no Segundo Tribunal do Júri do Recife.
 
O PM  Diogo Pereira de Barros é  réu  por causa do homicídio de Marcos Laurindo da Silva, então com 21 anos. 
O crime ocorreu no dia 17 de maio de 2013, na comunidade Bola na Rede, na Guabiraba. 
 
A data do julgamento tinha sido marcada para 12 de janeiro deste ano. 
 
Os qualificadores para homicídio são um motivo básico (impor o medo através da brutalidade) e não ter dado à vítima a oportunidade de se defender.
 
O policial militar Paulo Sérgio Reis da Silva, que presenciou o assassinato, também está sendo julgado na mesma ocasião.
Ele é acusado de ter  prestado falso depoimento durante a fase de investigação para proteger seu companheiro policial. 


A denúncia

Segundo denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), no dia 17 de maio, por volta das 23h, a vítima Marcos Laurindo da Silva estava na frente de casa, na Avenida Padre Mosca de Carvalho, onde morava com seus pais.
 
Os dois policiais militares relataram que pararam o veículo abruptamente em frente à residência. 
 
Assustado, o morador entrou na casa. Empunhando sua arma de fogo, o policial Diogo seguiu a vítima e, apesar do apelo da mãe do morador, efetuou três disparos à queima-roupa (na região do peito, próximo ao coração e nas costas). 
 
A polícia levou então a vítima ao Hospital Agamenon Magalhães, onde constatou que ela já estava morta.
 
Investigação 
 
Durante a investigação, a polícia apresentou diferentes versões dos fatos, afirmando que a vítima estava armada e tentou assaltar o veículo, que estava com as luzes apagadas para não chamar a atenção. 
 
O morador então fugiu para sua casa após atirar contra os policiais, sendo perseguido e baleado pelo policial militar Diogo Pereira de Barros e depois levado com vida para o Hospital Agamenon Magalhães.
 
De acordo com as provas apresentadas na denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), a vítima estava desarmada e não ofereceu resistência. Além disso, o relatório científico da polícia também classificou a versão dos policiais como insustentável. 

“O Reconhecimento Visuográfico da Cena do Crime, produzido pelo DHPP na mesma noite em que ocorreu o crime, conclui que a versão apresentada pelos policiais militares não encontra qualquer fundamento nas informações colhidas preliminarmente no local do incidente. O laudo pericial nº 0987.3/2013 do Instituto de Criminalística ainda conclui que a morte da vítima ocorreu no local do crime, ou seja, ela foi levada ao hospital já sem vida”, descreveu a denúncia do MPPE.

Ainda durante a instrução processual do caso, a defesa dos réus manteve a tese de que estes teriam agido no estrito cumprimento do seu dever legal. Os dois policiais militares respondem a esse processo em liberdade provisória.
 
Desfecho
 
Ainda segundo o TJPE, o júri popular começou às 9h. A juíza Maria Segunda Gomes de Lima preside o julgamento.

Pela manhã, ocorreram os depoimento de cinco testemunhas e o interrogatório dos dois arguidos.

À tarde, há também a expectativa de nove horas de apresentação das teses de acusação e defesa, somando-se ao tempo de debate - 2h30 para a acusação (MPPE) e 2h30 para a defesa (advogados dos réus) -, uma resposta de 2h à acusação e tréplica da defesa das 2h.

O júri provavelmente será concluído ainda na noite desta terça.
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