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Caso da ''suposta nota mil'' na redação do Enem 2023 vai parar na polícia

Nesta sexta (19), Polícia Civil disse que abriu inquérito para apurar fato em Escada, na Mata Sul de Pernambuco, envolvendo estudante Igor Kleyverson

Publicado em: 19/01/2024 11:40 | Atualizado em: 19/01/2024 12:48

No início da semana, ele apareceu nas redes sociais em todo o Brasil por causa da nota na redação. Ele seria um dos 60 candidatos nota mil em todo o País.  (Foto: Reprodução/ Arquivo pessoal)
No início da semana, ele apareceu nas redes sociais em todo o Brasil por causa da nota na redação. Ele seria um dos 60 candidatos nota mil em todo o País. (Foto: Reprodução/ Arquivo pessoal)
A confusão envolvendo o candidato pernambucano que disse ter tirado nota mil na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 foi parar na polícia. 
 
Nesta sexta (19), a Polícia Civil de Pernambuco afirmou que abriu um inquérito para apurar o fato. 
 
 
Sem repassar detalhes, a corporação disse, por nota, que "está investigando o caso que aconteceu no dia 17 de janeiro, no bairro do Viradouro, em Escada".
 
Também afirmou que "as diligências já foram iniciadas e seguem até completa elucidação do caso".
 
É justamente em Escada que mora estudante Igor Kleyverson da Silva, de 23 anos.
 
No início da semana, ele apareceu nas redes sociais em todo o Brasil por causa da nota na redação. Ele seria um dos 60 candidatos nota mil em todo o País. 
 
Depois de tirar fotos e gravar vídeos tudo mudou. Na quarta (17), foi descoberto que, na verdade, a nota que consta na página do Participante do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), é 680. 

Com isso, ele deixa de ser um dos dois pernambucanos com pontuação máxima na redação do Enem. A outra é a professora Lilían Carvalho. 
 
Até a última atualização desta reportagem, nenhum outro estudante veio a público informar que tirou nota mil na redação do Enem de 2023.
 
A reportagem do Diario de Pernambuco entrou em contato com a Polícia Federal, que informou que o caso está sendo investigado pela Polícia Civil.  
 
Quem é o jovem 
 
Igor mora no município de Escada, na Zona da Mata, e é ex-aluno do curso preparatório Fábrica Concurso, que fez publicações nas redes sociais referentes à nota do vestibulando na terça-feira (16), quando o resultado do exame foi divulgado.
 
O jovem veio a público na noite da quarta-feira para contar o que tinha ocorrido. Por meio de um vídeo no Instagram, o estudante alegou que pode ter sido vítima de um hacker ou de um erro no sistema do Inep.
 
Inep esclarece o ocorrido 

Por meio de nota, o Inep informou que “a base de dados com os resultados das redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 é a mesma desde a publicação no ambiente de administrador da Página de Participante, que ocorreu em 15 de janeiro de 2024 para a divulgação realizada no dia seguinte”. 

Igor Kleyverson enviou capturas de tela das notas antes e depois da suposta alteração. Não somente a nota da prova de redação estava diferente, como as das áreas de conhecimento Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, que foi de 594,4 para 634,4 e Matemática, que subiu de 632,5 para 917,5.

Homenagens retiradas

Logo após ser informado que o estudante poderia não ter alcançado a nota mil na redação, o diretor do curso preparatório removeu as postagens em homenagem ao jovem.

“O Fábrica Concursos, por meio do seu departamento jurídico, está aguardando as apurações dos fatos que aconteceram nas últimas 24h, envolvendo um ex-aluno. Ao serem apurados todos os fatos, e sendo provado qualquer fato contrário fora da lei, tomaremos as medidas cabíveis. Ressaltamos que tivemos um resultado excelente nas redações, com + de 45 notas acima de 800 pontos, número recorde na nossa região. Qualquer retratação será feita mediante ordem superior, sempre agindo de forma correta, dentro da lei, com toda credibilidade e seriedade que prezamos”, disse o curso por meio de nota.

Questionado sobre os métodos de segurança a serem tomados de agora em diante, o curso informou que irá utilizar o acesso do aluno para evitar erros como este. Anteriormente, os estudantes apenas enviavam uma foto das notas.

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