Sequelas

Após dez cirurgias, vítima de acidente no Mirabilandia conta com poucas chances de voltar a ter uma ''vida normal''

Nesta segunda (18), parentes de Dávine Cordeiro, de 34 anos, concederam entrevista. Eles dizem que a mulher terá que receber tratamento em casa

Publicado em: 18/12/2023 07:24 | Atualizado em: 18/12/2023 11:15

Dávine Cordeiro sofreu acidente no Mirabilandia (Foto: Arquivo/DP)
Dávine Cordeiro sofreu acidente no Mirabilandia (Foto: Arquivo/DP)
Vítima de um acidente no parque Mirabilandia, em setembro deste ano, em Olinda, a professora Dávine Cordeiro, de 34 anos, passou por dez procedimentos cirúrgicos desde que caiu de um brinquedo. 
 

Para a família de Dávine, depois de tudo isso, a chance de ela voltar a ter uma vida normal é ''quase zero''. 
 
Por isso, os parentes afirmam que a vítima vai ter que receber tratamento em casa.
 
A família lançou a ideia de fazer uma arrecadação de recursos para ajudar no processo de saída do hospital.

Na manhã desta segunda (18), a família de Dávine concedeu uma entrevista para a imprensa, no Recife.
 
A profesora está internada no Hospital São Marcos, no Recife, depois de ter passado pelo Hospital da Restauração (HR), também, na capital. 
 
Segundo o primo dela, Ricardo Lima, as sequelas são muito graves. 
 
“Ela não fala, não abre os olhos nem mexe o corpo”, declarou. 
 
Ainda de acordo com Lima, ela perdeu praticamente quase a metade do lado direito do cérebro. E isso “comprometeu bastante”.
 
“Arrancaram uma parte muito grande. Ela está aberta ainda”, acrescentou. 

O primo da vítima disse também que o quadro vem regredindo. “Às vezes, ela abre o olho, mas como reflexo”, observou. 
 
Na entrevista, o pai de Dávine, José Leandro, disse que a situação é terrível. 
 
“O parque, por falta de manutenção dos equipamentos, fez com que matasse a vida da minha filha”, declarou. 
 
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Para ele, “a Justiça da terra pode falhar, mas a divina, não”. 
 
José Leandro afirmou que “será uma batalha grande para todo mundo”.

O irmão de Dávine, Dustin Muniz, se queixou da atitude do Mirabilandia.
 
“Eles contestam todos os gastos e recorrem na Justiça contra tudo o que é determinado”, afirmou. 
 
José Leandro disse que é preciso conseguir mais recursos para montar os equipamantos de tratamento em casa. 

“Nós estamos nesse processo de saída do hospital. Para isso, temos que ter um home care de alta compexidade. E isso exige recursos”, afirmou  o primo de Dávine, Ricardo Lima. 
 
A família pretende fazer uma “vaquinha virtual” para conseguir dinheiro para montar esses equipamentos. 
 
“Ela corre risco e já está sofrendo com infecções. Isso prejudica ainda mais a vida dela. Queremos amenizar o sofrimento dela”, observou. 
 
O que diz o Mirabilândia
 
A direção do parque de diversões disse que continua "custeando toda a assistência de Dávine e reforça que cumprirá as responsabilidades que lhe competem para o seu tratamento. 
 
De acordo com a assessoria de comunicação do parque, as questões atuais estão sendo discutidas entre os advogados do parque e da família. 
 
Entenda o caso
 
Dávine Muniz caiu do brinquedo Wave Swinger, em setembro.
 
Ela está internada no hospital particular desde o dia 3 de outubro, após uma determinação da Justiça que ordenou que o Mirabilandia se responsabilize pelos custos do tratamento. 
 
O parque chegou a entrar com recursos para não custear a internação de Dávine, mas não teve o pedido acatado.

O parque Mirabilandia voltou a funcionar no dia 2 de novembro, após passar 42 dias interditado por determinação do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon). 
 
No dia da reabertura, o espaço não atraiu um grande público,  possivelmente por causa do Feriado de Finados.

O parque de diversões não oferece mais para o público a atração que deixou Dávine Muniz gravemente ferida. 
 
O Wave Swinger está no setor de manutenção do Mirabilandia e não há previsão para que volte a funcionar. No local, foi inserido outro brinquedo. 

Para voltar a funcionar, o parque precisou seguir as dez recomendações do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE).
 
Entre elas a apresentação de documentos de todos os brinquedos, inspeções individualizadas por equipamento assinadas por técnicos e especificação e detalhamento dos documentos sobre manutenção preventiva.

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