CEMITÉRIO DE SANTO AMARO

Conheça a história da Menina Sem Nome; túmulo é um dos mais visitados do Recife no Dia de Finados

O corpo da criança que aparentava ter entre 8 e 10 anos, foi encontrado em 1970, na praia do Pina, Zona Sul do Recife

Publicado em: 02/11/2023 18:49 | Atualizado em: 02/11/2023 19:59

Túmulo da Menina Sem Nome  (foto: Rafael Vieira/DP)
Túmulo da Menina Sem Nome (foto: Rafael Vieira/DP)

No Dia de Finados, um dos túmulos mais visitados do Cemitério de Santo Amaro, na área central do Recife, abriga os restos mortais de uma criança assassinada em 1970 e cuja identidade permanece um mistério até hoje. A ela, muitas pessoas fazem pedidos e atribuem milagres. Conheça a história da Menina sem Nome

 

No dia 23 de junho de 1970, por volta das 6h10, o corpo de uma menina que aparentava ter entre 8 e 10 anos foi encontrado na praia do Pina, Zona Sul do Recife por um vendedor de coco.

 

O cadáver, quase todo enterrado na areia, vestia apenas uma calça curta de adulto e estava com mãos e pescoço amarrados com corda. Havia marcas de facadas pelo corpo.

 

Inicialmente, o homem que a encontrou, Arlindo José da Silva, foi preso como suspeito, após resquícios da mesma comida que ele havia ingerido no dia do crime terem sido encontrados no estômago da menina. Além disso, os depoimentos de um funcionário do homem e de uma lavadeira que alegou ter tirado manchas de sangue da roupa que ele usava também o comprometeram.

 

Entretanto, no dia 30 de junho, divulgou-se que o mecânico Geraldo Magno de Oliveira, que foi chamado de “Monstro do Pina”, tinha sido preso e confessado.

 

Ele relatou à polícia que tinha atraído a menina para a beira da praia oferecendo cinco cruzeiros. Registro policial da época diz que ele confessou ter praticado “atos atentatórios ao pudor e logo após, a pretexto de ter sido ofendido pela menor, aplicou-lhe vários golpes de faca.”

 

Geraldo afirmou que estava bêbado e não tinha intenção de matar a criança. Depois, alegou que não era o assassino e havia sido coagido e torturado para assumir o crime. Ele foi condenado a 19 anos de prisão em júri popular realizado em 1971. Acredita-se que tenha morrido na prisão. 

 

 

Ninguém procurou a Menina sem Nome

 

Ninguém reclamou o sumiço da criança  durante as duas semanas em que o corpo ficou no Instituto de Medicina Legal do Recife, apesar de toda a repercussão do caso.

 

Com autorização da Secretaria de Segurança Pública, a garota foi enterrada como indigente em 3 de julho de 1970, no Cemitério de Santo Amaro. Cerca de mil pessoas acompanharam o sepultamento. 

 

Ao longo dos anos, relatos de pessoas que teriam recebido milagres após pedirem à menina começaram a se espalhar. Desde então, o túmulo se tornou um dos mais visitados do Cemitério de Santo Amaro. Flores, brinquedos e doces, além de cartas com agradecimentos, são depositados todos os anos no local de sepultamento. 

 

 

 

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