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NATUREZA
Parque Dois Irmãos acolhe 'Liz', uma bebê macaco de espécie ameaçada de extinção
Publicado: 30/03/2023 às 14:37

/Foto: Gabriela Lima/ PEDI
O Parque Estadual Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife, ganhou mais uma moradora ilustre, a pequena filhote de macaco da espécie Bugio-de-mãos-ruivas. Batizada por Liz, ela é de uma espécie que corre risco de extinção no território brasileiro devido ao crescente índice de desmatamento. Nascida dia 16 de fevereiro, a filhote, também conhecida por seu jeito dócil, conta com os cuidados de uma equipe multidisciplinar do parque.
Devido às condições em que foi resgatada, os pais de Liz não têm como voltar à natureza. Mas, através dos cuidados que a pequena guariba está recebendo, existe uma grande possibilidade de Liz viver em um ambiente externo.
Da mesma espécie, no dia 14 de fevereiro, nasceu o pequeno Kenai, que infelizmente não resistiu após passar por complicações de saúde.
Combater a extinção da espécie é um dos objetivos. Por isso, no Parque, as reproduções ocorreram de forma natural, sem interferência humana, garantindo as melhores condições possíveis para o nascimento e vida desses indivíduos.
Bugio-de-mãos
O macaco Bugio-de-mãos-ruivas, popularmente conhecido como Guariba , atualmente é uma das espécies mais ameaçadas do ecossistema brasileiro. De acordo com os resultados de pesquisas feitas na Universidade Federal Rural de Pernambuco, em 2022, existiam apenas 17 macacos da espécie.
Eles foram encontrados em áreas de matas ciliares do município de Água Preta, região onde avança a criação do gado e o consequente desmatamento.
Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no Brasil, o número de indivíduos assusta ainda mais, visto que não chega nem a 500 indivíduos, espalhados em 18 pontos da região da Mata Atlântica.
Extinção
Os macacos Bugio-de-mãos-ruivas são muito conhecidos por serem acolhedores e carinhosos, fazendo com que as pessoas tratem muitas vezes como pet .
Além disso, também chamam atenção por terem uma potente vocalização, graças a um osso chamado hióide, em formato de cálice.
Esse osso faz com que eles tenham uma acústica diferenciada na garganta, reverberando o seu som em até 5 km, a depender da intensidade de suas interações. Esse, aliás, foi um dos principais motivos para a sua perseguição.
De acordo com a pesquisadora doutora da UFRPE Maria Adélia Borstelmann de Oliveira, muitas pessoas passaram a capturar os guaribas para retirar o osso hióide e comer sua carne, promovendo uma verdadeira devastação dessa espécie.