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Empresa de formatura abre falência e alunos ficam no prejuízo

Publicado em: 21/03/2023 17:04 | Atualizado em: 21/03/2023 20:18

Estudantes pretendem registrar queixa na Delegacia do Consumidor, na Rua Gervásio Pires, 863, Boa Vista, Região Centro do Recife (Google 20221200)
Estudantes pretendem registrar queixa na Delegacia do Consumidor, na Rua Gervásio Pires, 863, Boa Vista, Região Centro do Recife (Google 20221200)
Formandos de diversas faculdades do Grande Recife foram pegos de surpresa ao serem comunicados que a empresa ‘NovaEra Nordeste Eventos e Promoções Ltda’ encerrou suas atividades abrindo falência nesta segunda-feira (20). De acordo com os universitários, que se reuniram em um grupo do WhatsApp, eles fecharam contratos em 2020/2021 que incluíam fotografias, placas, festas e o tão aguardado baile de formatura, mas não receberam nada. 

“Tudo começou quando uma das formandas, que também faz parte da comissão, foi fazer o pagamento do boleto deste mês. Assim que ela fez o pagamento, ela viu que a razão social tinha mudado. Ela entrou em contato comigo e perguntou se eu estava sabendo de alguma coisa… Daí eu tentei entrar em contato com a pessoa da Novaera que ficava responsável pelo setor de finanças, o nome dela é Fabíola Duarte de Andrade… ela nos informou que tinha mudado apenas a razão social porque o pagamento agora estava sendo feito por outro credor”, expôs Sara andrade, 22, aluna do curso de Direito do Centro Universitário Estácio do Recife e representante da comissão dos formandos de 2024.2. 

“Com o baile previsto para 2024.2 a minha turma pagou quase R$ 300 mil. A minha turma fechou contrato de formatura com vários eventos para serem realizados. Na semana passada tivemos uma reunião com o sócio, Ricardo Nunes de Barros, e ele nos garantiu que estava tudo normal, mas sumiram sem explicação. Temos até um grupo com quase mil alunos prejudicados”, informou Ruama Morais, 24, também formanda em Direito pelo Centro Universitário Estácio do Recife e representante da comissão de formatura. 

A frustração tomou conta de Vanessa Kelly, 22, estudante de Enfermagem da UNINASSAU que vai terminar sua graduação esse ano. “Meu culto ecumênico seria nesta quarta-feira (22). Fechei o pacote com eles no 2/3 período e vim todos esses anos pagando. Foram quase cinco anos e não deram nem as fotos que tiramos, nem as placas. Tem quase R$ 4 mil investidos nisso. Até na segunda-feira (20) eu pensei que iria ter a festa. Já estava tudo certo e preparado, meus parentes iriam vir de longe para prestigiar o momento”, lamentou.

Na segunda-feira (13) os estudantes se reuniram com o sócio Ricardo Nunes de Barros, e suspeitando de que eles estavam gastando o dinheiro com outras festas, solicitaram um termo aditivo para pausar o pagamento e inserir novas cláusulas no contrato. Ricardo Barros chegou a assinar e informou que sua conta bancária havia sido bloqueada na sexta-feira (10) por uma dívida de R$ 2 mil, mas que isso não influenciaria no baile de formatura. “Como uma empresa que estava sem condições financeiras e continuou fechando contratos, qual era o intuito que não fosse a má fé”, indagou Sara Andrade. 

Segundo o advogado que representa a NovaEra, Rafael Nunes, a situação não se trata de um golpe ou fraude contra o consumidor. “A pandemia castigou severamente o segmento e a empresa Novaera vinha agonizando durante esses últimos três anos, sem vender e realizando seus eventos e quando chegou no limite de não mais conseguir, os patrimônio dos sócios foram desfeitos para poder honrar os outros compromissos. Foi quando o nosso escritório foi procurado para poder judicializar, mostrar através dos balanços patrimoniais, execuções fiscais, trabalhistas o cenário financeiro da empresa”, comunicou. 

A NovaEra expressou que “todos os credores receberão os valores devidos” e que a ação de falência foi distribuída. Os estudantes pretendem abrir um B.O nesta quarta-feira (22) na Delegacia do Consumidor. “Não temos esperança de formatura pelo que já vimos da situação. Agora queremos nosso dinheiro de volta”, expressou Ruama Morais.

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