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DESFECHO

Polícia conclui investigações sobre Caso Heloysa, mas mantém sob sigilo judicial

Publicado: 29/07/2022 às 15:03

Morte da garota causou onda de protestos na comunidade em que ela morava com a família, em Porto de Galinhas/Rafael Vieira/DP Foto

Morte da garota causou onda de protestos na comunidade em que ela morava com a família, em Porto de Galinhas/Rafael Vieira/DP Foto

A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) finalizou as investigações a respeito da morte da garota Heloysa Gabrielly, ocorrida em março deste ano, em Porto de Galinhas, no Ipojuca. À época, ela tinha apenas seis anos de idade e foi atingida com uma bala no peito durante uma operação do Batalhão de Operações Policias Especiais (BOPE) na comunidade Salinas, onde a criança morava com sua família. O resultado do inquérito, no entanto, está mantido sob sigilo judicial.
 
"A Polícia Civil de Pernambuco informa que o inquérito policial referente ao caso foi concluído com indiciamento e remetido à Justiça", disse a corporação, por meio de um comunicado. 
  
Relembre o caso 
Heloysa foi morta no dia 30 de março deste ano, na comunidade Salinas, que fica situada em Porto de Galinhas, no município do Ipojuca. O disparo que matou a garota aconteceu no momento em que policiais do BOPE, em uma operação, procuravam um homem suspeito de envolvimento com tráfico de drogas na região. Na versão oficial da polícia sobre a história, houve troca de tiros. Já para os moradores, apenas os policiais atiraram naquela noite.
 
Protestos 
Uma onda de revolta se instaurou na comunidade após o falecimento da menina. Moradores, amigos e familiares dela fecharam as vias de acesso a um dos principais destinos paradisíacos do país. O comércio também ficou de portas fechadas. 
  
Aos gritos pedindo por justiça, pessoas levantaram cartazes sobre o episódio. "Assassinos de fardas", "Fora BOPE" e "Justiça por Heloysa" estampavam alguns deles.
 
ONU 
O total de 119 entidades apresentaram à Organização das Nações Unidas (ONU) e também para a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), um documento apontando violações de normas e recomendações internacionais durante as ações policiais no Ipojuca. 
 
Além disso, pediam pela criação de um plano de medidas contra a violência e letalidade policial, com participação da sociedade civil. 
 
Dados 
De acordo com dados levantados pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, fornecidos para a Rede Observatórios de Segurança, no ano de 2020, 113 pessoas foram mortas em ações policiais no estado. Destas, 97,3% eram pretas ou pardas.
 
O Instituto Fogo Cruzado traz dados da violência armada no Recife e na sua Região Metropolitana, ressaltando que  de 2018 até 2022, 286 pessoas foram baleadas em operações policiais, tendo 127 falecido.
 
No Brasil de 2020, a polícia foi responsável por cerca de 13 em cada 100 mortes violentas naquele ano, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. 
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