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Associados reclamam da venda do Líbano

Publicado: 30/04/2022 às 16:50

/Foto: Sandy James / Esp.DP foto

/Foto: Sandy James / Esp.DP foto

Sócios-proprietários do Clube Líbano Brasileiro, na Avenida Antônio de Góes, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, relatam que o imóvel foi vendido à construtora Moura Dubeux sem que eles fossem notificados. A herdeira do clube, Michelle Fuad Facury, explicou que, no ano passado, os sócios e herdeiros foram chamados para uma reunião, que não chegou a acontecer. “As negociações acontecem desde 2004, quando a construtora Conic comprou o clube. Dizem que os diretores e a presidência já receberam. Mas ninguém sabe de nada”, afirmou.

Fundado em 1952, o clube já foi cenário de práticas esportivas e palco para eventos comemorativos e políticos. Sem uma resposta, os sócios aguardam uma posição da direção do clube.

Ainda de acordo com Michelle, na semana passada, um dos associados, que sempre frequenta o ambiente, soube que tem 15 dias para a parte de cima do local ser toda desocupada E que o salão será demolido. “Já fecharam uma das piscinas, só está com uma parte do campo. O resto foi vendido. Nada será repassado para os sócios, porque o clube estava em recuperação judicial”, detalhou. Ela ressaltou que o Líbano tinha rendimentos, vindos das atividades em sua sede. “No momento, não sei como está em relação aos outdoors instalados e as outras empresas que funcionam no clube.”

Outro ponto lembrado pelos associados é que não houve informe oficial da publicação sobre a venda do local. “Não foi repassado para gente a data que sairia no Diário Oficial. Não houve aviso para os sócios. Disseram que entrariam em contato. Pegaram e-mail, telefone informando a data de reunião dos sócios-proprietários para repassar todo tipo de informação. Mas não entraram em contato, só mandaram desocupar, pois o clube iria ser demolido. As obras começarão em julho”, contou Michelle.

“Não houve prestação de contas. Antes, tinha baralho, jogo, academia, parque aquático, lanchonete. Há anos não acontece o Baile do Siri na Lata, por exemplo”, explicou.

Ela destacou que nunca pensou em vender o título da família, mesmo já tendo recebido ofertas. “Eu, como sócia-proprietária, quero o recebimento das minhas devidas proporções.”

O sócio Michel Facury, que tem como hábito jogar baralho há décadas no Líbano, contou que foi informado que seria necessário um cadastro. Logo em seguida, foi surpreendido com a notícia da compra. “Inclusive, eu só soube porque me informaram, 15 dias antes da data de recadastramento. Dizem que saiu oficialmente no Diário Oficial.Quem lê isso?”, questionou. “O Líbano não existe mais. Aos domingos, era uma festa, bate bola… Não tem mais nada.”

Em resposta ao Diario de Pernambuco, a construtora Moura Dubex afirmou que o clube não foi vendido e será restaurado, requalificado, para ser um novo espaço de atividades e eventos da cidade do Recife.
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