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BARREIROS

Menino Jonatas foi morto por engano, em tentativa de vingança contra seu pai, diz polícia

Publicado em: 17/02/2022 19:20 | Atualizado em: 17/02/2022 20:07

 (Foto: Divulgação.)
Foto: Divulgação.

O menino Jonatas Santos, 9 anos, foi assassinado por vingança porque o pai dele, o líder de trabalhadores rurais Geovane da Silva Santos, se recusou a vender suas terras a um grupo de traficantes. As informações foram divulgadas pela polícia em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (10). Jonatas foi assassinado na noite do dia 10 de fevereiro, quando sete homens armados e encapuzados invadiram a casa da família na comunidade do Engenho Roncadorzinho, em Barreiros, a cerca de 110km do Recife. Os bandidos balearam Geovane, que sobreviveu. O garoto se escondeu com a mãe embaixo de uma cama, mas foi atingido e não resistiu. Na quarta-feira (16), dois homens foram presos e um adolescente foi apreendido por participação no crime.


Novos detalhes da investigação do crime foram divulgados pelo diretor integrado da Polícia Civil do Interior I, Jean Rockfeller; o diretor da PM do Interior I, Paulo César Cavalcante; o major Randolfo Bastos e os delegados Francis Thomas e Marcelo Queiroz. “Estamos trabalhando de forma intensa. Dois suspeitos foram identificados e revelaram a participação de um terceiro membro. Foram todos encaminhados para esclarecimentos. Dois deles confessaram suas participações no crime e o outro nega”, disse o delegado Marcelo Queiroz.


Segundo o que já foi investigado, o mandante já se encontra preso por diversas outras ocorrências. “Havia interesse da organização criminosa num lote de terra, pertencente ao pai da criança. Segundo eles, um dos membros do grupo queria o lote para criar cavalos. Eles tentaram comprar a terra e após a recusa o grupo voltou para vingar-se”, acrescentou Queiroz.


Os suspeitos foram encontrados numa área de mata fechada, localizada no Engenho Cocal Grande, na zona rural de Tamandaré. O local fica próximo a um acampamento que era utilizado pelo grupo para a venda de drogas e também serviu como esconderijo após o crime.


A polícia espera encontrar pelo menos mais dois envolvidos, que teriam sido os autores dos disparos que mataram Jonatas. O menino teria sido baleado por engano dos atiradores. “A intenção era matar o pai. Após atingi-lo, acreditaram que ele havia se escondido embaixo da cama, mas quem estava lá era o menino, que foi alvejado”, disse o delegado.

A investigação não exclui outras possibilidades, como a de conflitos agrários. “Outras linhas também estão sendo percorridas. Temos 60 dias para concluir o inquérito e esperamos destrinchar todas essas linhas. A questão agrária não foi descartada”, concluiu.


O coronel Paulo César Gonçalves enfatizou que desde o momento que ocorreu o crime, a PM mobilizou um reforço para a área. "Em conjunto com Polícia Civil, passamos a mandar nossos sistemas de inteligência para fazer rondas e pegar informações. Na quarta-feira, conseguimos lograr êxito, quando nosso serviço de inteligência localizou os suspeitos. Juntamos 35 homens da PM e da Polícia Civil e prendemos esses elementos", explicou. "Seguimos com reforço para preservar a vida dos familiares de Jonatas", acrescentou.

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