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Vida Urbana
DIA DAS CRIANÇAS

Retorno às aulas presenciais e reabertura de espaços públicos permitem rotina mais plena para as crianças

Publicado: 12/10/2021 às 08:00

/Melhora na situação da pandemia faz deste 12 de outubro uma data marcada por esperança e otimismo. Foto: Sandy James / Esp. DP FOTO (@sandyjamesfoto)

/Melhora na situação da pandemia faz deste 12 de outubro uma data marcada por esperança e otimismo. Foto: Sandy James / Esp. DP FOTO (@sandyjamesfoto)

Aluna do quinto ano de uma escola particular da Zona Norte do Recife, a menina Cecília, nove anos, brincava em um dos parquinhos infantis do Parque da Jaqueira, junto com seus colegas de turma, numa tarde ensolarada, quando foi entrevistada pelo Diario. A cena, tão comum no pré-pandemia, ganha um significado de liberdade e esperança neste Dia das Crianças de 2021. Após mais de um ano de ensino remoto e uma rotina de pouco contato com amigos e famílias, Cecília começa, finalmente, a reviver uma vida um pouco mais condizente com aquilo que a infância sempre representou. “Fico feliz em rever meus amigos. O primeiro dia de aula foi bem legal”, relembra.

A melhoria nos índices da pandemia, que permitiu o retorno às aulas presenciais, também possibilitou a reabertura de parquinhos, a ida ao cinema, os encontros sociais e outras atividades que já estiveram vetadas, mas vêm sendo retomada com cuidados. Ao mesmo tempo, as pesquisas científicas indicam estar cada vez mais próximo o início da vacinação contra a Covid-19 na faixa dos três aos 11 anos.

Nesta terça-feira, além das homenagens à padroeira do Brasil, Nossa Senhora da Conceição Aparecida, também se celebrará um Dia das Crianças com muito mais liberdade que no ano passado e indicativos de que a tal “normalidade” está finalmente voltando. Assim como as famílias, as escolas vêm aproveitando a flexibilização das normas para elaborar momentos de brincadeiras e descontração para as crianças, como forma de festejar esse instante tão simbólico, marcado, sobretudo, pelo aumento da interação.

Professora de um colégio na Zona Norte, Sanamita Barbosa relembra o receio que sentiu na volta das aulas presenciais e ressalta o aprendizado que vem vivenciando junto aos demais educadores. “No início foi bem desafiador, estávamos com muito medo da volta. Mas, aos poucos, fomos nos acostumando, assim como os alunos. À medida que os professores foram se vacinando, e como ninguém chegou a adoecer, ficamos mais otimistas”, expressou. Apesar dos progressos, a pedagoga pontua que sente falta da dinâmica mais despreocupada que os professores podiam ter em sala, com os alunos. “Espero que volte a ser como era antes”.

Apesar de o estado de Pernambuco estar avançando na vacinação da população, que diminui cada vez a faixa etária, é necessário que se mantenham precauções contra o vírus. Mas como frisa o estudante Alexandre, também de nove anos, o que é possível neste momento já vale muita comemoração. “Gostei de voltar às aulas. O primeiro dia de aula foi bem legal. Foi estranho ficar longe da escola”, resume o garoto.

A psicóloga Camila Almeida reforça a importância da reinserção das crianças aos ambientes escolares e os benefícios que podem advir dessa volta. “A convivência e a troca de experiência com outras crianças é muito importante para a construção da subjetividade do ser que está em constante evolução. Essa rotina escolar faz com que o senso do coletivo seja melhor trabalhado e acredito que esse seja um grande benefício, pois a pandemia e o isolamento social nos fez ficar cada vez mais distantes como indivíduos”, ressaltou.

Lindete Pereira, professora de outra escola, também fala sobre como está sendo a experiência da escola nesse período nunca vivido anteriormente. “O começo foi bem complicado. Demoramos um pouco para nos adaptar, e as crianças também. Mas, agora, nos sentimos um pouco mais seguros. A escola segue todas as regras para proteção, o que nos deixa mais tranquilos”, ressalta.

 

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