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ALINHAMENTO ELEITORAL

Sem coligações, deputado Augusto Coutinho (Solidariedade) vê tendência de fusão entre partidos

Publicado em: 21/09/2021 16:23

 (Foto: Agência Câmara)
Foto: Agência Câmara
O deputado federal Augusto Coutinho (Solidariedade-PE) concedeu uma entrevista aos jornalistas Rhaldney Santos e Douglas Fernandes durante o no programa “Manhã na Clube” da Rádio Clube Am 720, falando da articulação da bancada pernambucana para a construção da nova Escola de Sargentos do Exército no estado, e sobre arranjos políticos para a formação de chapas para as eleições de 2022. 

Segundo o deputado, o empreendimento militar, disputado também pelos municípios de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e de Ponta Grossa, no Paraná, tem seu investimento avaliado em cerca de R$ 1 bilhão e o estado ofereceu R$ 300 milhões em contrapartidas para tentar vencer a disputa. 

“O Nordeste está mobilizado para que fique em Pernambuco, estou muito otimista por isso. O Exército vai fazer esse investimento, você pode perguntar de onde vem esse dinheiro num momento tão difícil. O Exército está vendendo um terreno aqui em Brasília, uma área muito grande aqui perto do Comando Central, para a iniciativa privada, e isso deve dar um aporte de mais de R$ 6 bilhões para fazer esse investimento. É muito importante para Pernambuco e os deputados estão trabalhando fortemente nisso”, disse o parlamentar.
 
Eleições 2022 

Questionado sobre como conseguiria fechar uma chapa para se candidatar em 2022, diante da probabilidade do Senado Federal vetar as coligações partidárias - que se torna cada vez mais concreta - Augusto Coutinho apontou para uma dificuldade de muitos partidos para formar chapas competitivas, diante do coeficiente eleitoral (mínimo de votos por candidato para a eleição) de 180 mil votos para deputado estadual. 

“Em Pernambuco, mais de 11 candidatos a deputado federal são presidente de seus partidos, você não conseguirá montar tantas chapas. Vai diminuir o número de candidatos. Essa realidade não está posta só para Augusto Coutinho e o Solidariedade, é para todos. Você excetua desse grupo o PT, que fez chapa própria na última eleição e tem candidato à Presidência da República, excetua talvez, na oposição essa junção do PSL com o DEM, fora isso vê alguns partidos se mexendo para montar chapas, mas não será fácil”, disse o deputado. 

Na visão de Augusto Coutinho, sem a aprovação nem do "distritão", que previa a eleição dos candidatos mais votados, sem redistribuição dos votos em excesso para além do coeficiente eleitoral, e também na ausência de permissão para as coligações, assistiremos no cenário eleitoral a uma redução do número de partidos por meio da fusão de siglas. 

“A tendência é que haja grupamento. A gente assistiu há pouco, ou está assistindo, deve se consolidar hoje a fusão do DEM com o PSL, sinal do que deve acontecer. Era a intenção desde o início, reduzir o número de partidos no Brasil. É muito cedo para dizer se partido A ou B vai montar chapa, porque pode haver fusão até abril, quando se abre a janela para acomodar esse contexto”, disse o deputado.

Em Pernambuco, o deputado avalia, de forma “muito inexata”, que o governo deve “apresentar duas ou três chapas” e a oposição “em torno de duas chapas a três”. Entretanto, no que se refere às chapas para deputados estaduais, ele imagina a possibilidade de um número maior de chapas competitivas, pela redução do coeficiente eleitoral.

Sobre a possibilidade de mudar de partido, Coutinho afirmou que tentará montar chapa no Solidariedade, “um partido que eu fundei, um partido que tenho apreço, que eu tenho identidade”. 

“Eu venho montando candidatos a deputados estaduais e federais para que a gente tenha a nossa chapa, mas vai precisar de muita discussão e andamento para a gente ver o que vai acontecer”, afirma Coutinho.  Ele afirma que seu filho, o vereador Rodrigo Coutinho (Solidariedade), também não considera mudar de legenda.

“A eleição de Rodrigo é natural, ele gostaria como qualquer político de ser deputado estadual. Ele vem exercendo um papel importante na gestão de João [Campos, prefeito do Recife] que vem fazendo um trabalho em Recife. Ele tem que ponderar, na política muitas vezes você tem missões, não é o que você quer. Vai ser definido no momento certo. No momento certo a gente vai sentar com o partido, com o prefeito, e vai decidir”, afirmou o deputado.
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