Sari Corte Real será interrogada em audiência de produção de provas nesta quarta
Publicado: 13/09/2021 às 10:52

/Foto: Leandro de Santana/Arquivo DP
Após a audiência de instrução e julgamento do caso Miguel, a ex-primeira dama de Tamandaré, Sari Côrte Real, será interrogada na segunda audiência de produção de provas pela morte do menino Miguel Otávio. No primeiro encontro, que aconteceu em dezembro de 2020, não ocorreu a escuta da acusada. Sari, ex-patroa de Mirtes Renata, mãe de Miguel, é acusada de abandono de incapaz com resultado na morte do menino, de 5 anos. A audiência ocorrerá nesta quarta-feira (15), às 9h, na 1ª Vara de Crimes contra a Criança e o Adolescente, no bairro da Boa Vista, no Recife.
Também está marcado para a quarta-feira um ato que pede justiça por Miguel Otávio. De acordo com o Gabinete Assessoria Jurídica Organizações Populares (Gajop), a concentração está marcada para às 9h e contará com a presença de Mirtes Renata, familiares e amigos, artistas locais, representantes da Articulação Negra Pernambuco (ANEPE), do Gajop e do movimento negro.
Relembre o caso
O menino Miguel era filho de Mirtes Renata, 33, que trabalhava como empregada doméstica na casa de Sari. No dia em questão, Mirtes estava acompanhada de seu filho no apartamento da ex-patroa e, quando precisou se ausentar para executar um serviço doméstico (passear com a cadela da patroa), imediatamente Sari se tornou a responsável pela criança.
Miguel morreu ao cair de uma altura de aproximadamente 35 metros, do 9ª andar do edifício Píer Maurício de Nassau, que integra um condomínio de luxo popularmente conhecimento como Torres Gêmeas. No dia da tragédia, 2 de junho de 2020, Sari chegou a ser autuada em flagrante por homicídio culposo, mas pagou fiança de R$ 20 mil e foi liberada.
O inquérito policial, conduzido pelo delegado Ramon Teixeira, foi concluído no dia 1º de julho, retificando o entendimento inicial para abandono de incapaz com resultado morte. O MPPE recebeu o material e, em 13 de julho, o promotor Eduardo Tavares apresentou denúncia ao poder judiciário, ratificando o resultado da investigação policial e colocando mais dois agravantes: crime contra criança e fato ocorrido durante um estado de calamidade pública (pandemia do novo coronavírus).
Em 1º de outubro de 2020, o prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker, e sua esposa, Sari Corte Real, tiveram seus bens bloqueados, após determinação do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6). O documento, assinado pelo juiz José Augusto, foi obtido na época com exclusividade pelo Diario de Pernambuco.
A decisão atendeu ao pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT) para garantir o pagamento da indenização por dano moral, referente ao processo que julga os vínculos empregatícios de Marta Maria Santana Alves e sua filha, Mirtes Renata, que trabalhavam como empregadas domésticas na residência do casal até junho deste ano. Mãe e filha encerraram os vínculos com os patrões após a morte do menino.

