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URBANISMO

Frente Parlamentar realiza primeiro debate sobre o Centro do Recife

Publicado em: 14/09/2021 10:30 | Atualizado em: 14/09/2021 19:31

A Frente ainda fará outras reuniões abertas e audiências públicas, este ano, para discutir temas de interesse e planejar ações. (Roberto Jaffier/Divulgação)
A Frente ainda fará outras reuniões abertas e audiências públicas, este ano, para discutir temas de interesse e planejar ações. (Roberto Jaffier/Divulgação)
A Frente Parlamentar pelo Centro do Recife realizou sua primeira reunião pública, na tarde da segunda-feira (13), para discutir sobre patrimônio e cultura da cidade. O evento foi transmitido pelo canal da Câmara no Youtube (TV Web CM Recife). A Frente é formada por nove parlamentares de vários partidos e presidida pela vereadora Cida Pedrosa (PC do B). A Frente ainda fará outras reuniões abertas e audiências públicas, este ano, para discutir temas de interesse e planejar ações.

“Embora o Recife não fuja a regra dos problemas que passam os grandes centros urbanos do país, a pandemia agravou ainda mais essa situação. Se por um lado, a situação nos causa desalento, por outro, a um sopro de esperança para encontrar alternativas e mudar essa realidade. Temos certeza que faremos jus ao nosso importante papel na condição de legislativo, de congregar, convergir, refletir e seguirmos firmes em nosso maior proposito o de desenvolver e devolver ao Centro, o seu vigor e vitalidade”, afirmou a vereadora.

A Frente se propõe a formular, incentivar, acompanhar e fiscalizar políticas públicas voltadas para o território central da cidade. O evento também contou com a participação do secretário de Cultura do Recife, Ricardo Melo, que ressaltou sobre a integração das discussões sobre cultura e a moradia. “No Recife há uma enorme diversidade da cultura, o quanto as pessoas, grupos, manifestações, expressões, e portes diferentes nós tivemos contato aqui. E toda a riqueza e diversidade da cidade”.

Vários aspectos de patrimônio e cultura, relacionados com o centro da cidade, foram debatidos por palestrantes durante a transmissão. Para o professor e historiador da UFPE Antonio Paulo Rezende, que desenvolve estudos sobre a cidade a partir de perspectiva do afeto e a moradia, a Capital pernambucana precisa de zelo.

“Quando a gente gosta, a gente cuida. Então, a cidade do Recife está precisando efetivamente de ser cuidada. O que significa dizer, ser amada. (...) Mas é muito importante que a gente pense que o Recife é uma cidade capitalista. E que pensemos que o capitalismo não se constrói sem a exclusão. Alguém disse que o Recife é uma cidade marcada pela desigualdade. Não poderia ser diferente. É uma cidade que separa as pessoas. Há territórios diferenciados, que denotam ‘privilégios’ e aqueles que denotam miséria. Então, é importante não pensar a cidade como uma coisa homogênea, a cidade tem sua heterogeneidade, que devem ser vistas como diferenças”, reflete o pesquisador da UFPE, durante a palestra.

A advogada e mestra em desenvolvimento urbano Juliana Lima, abordou como o racismo se manifesta nos espaços públicos da Capital pernambucana. “Entre espaços, territórios e poder, é que se configura o racismo ambiental. São injustiças sociais e ambientes que recaem de proporcional entre etnias vulnerabilidades (...). Os parques mais antigos quanto os mais novos parecem beneficiar, quase sempre, as classes de maior renda, excluindo-se, por tanto, os bairros pobres, cujas opções de lazer são pequenos espaços públicos, que muitas vezes são terrenos desocupados de propriedades privadas. Para ter acesso aos parques, os moradores [das periferias e subúrbios] precisam se deslocar para longas distâncias, o que implica em várias despesas”.

Participaram os vereadores Cida Pedrosa - presidente (PCdoB), Marco Aurélio (PRTB), Luiz Eustáquio (PSB), Zé Neto (PROS), Dani Portela (PSOL), Rinaldo Jr (PSB), Alcides Cardoso (DEM), Liana Cirne (PT) e Michelle Collins (PP), além da secretária executiva da Mulher do Recife, Janaína Granja, do secretário de Cultura do Recife, Ricardo Melo; da professora da UFPE de geografia e urbanismo Norma Lacerda; do superintendente do Iphan em Pernambuco, Rogério Henriques; e do vice-presidente do Galo da Madrugada, Rodrigo Menezes.
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