Vida Urbana
SEMANA
Marco do paisagismo no Recife, Burle Marx completaria 112 anos
Publicado: 03/08/2021 às 16:27

(Foto: Bruna Costa/Esp. DP)
Nascido em São Paulo em 4 de agosto de 1909 e lembrado por ter projetado a Praça de Casa Forte, o paisagista Roberto Burle Marx, que faleceu em 4 de junho de 1994, completaria 112 anos nesta quarta-feira (4). Filho de judeu com pernambucana descendente de franceses, Marx foi um marco na inovação do paisagismo no Brasil e no mundo no século XX com o resgate às espécies botânicas e valorização das plantas tropicais. A importância do paisagista para a cidade é tamanha que todo ano a Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, comemora a Semana Burle Marx com realização de debates, palestras e eventos educativos.
Seu primeiro projeto público feito no Recife foi uma praça no bairro do Forte, em 1934, que lhe deu o cargo de diretor de Parques e Jardins do Departamento de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco, ocupado durante quatro anos, nos quais Burle Marx teve a oportunidade de desenhar mais de 10 praças públicas na cidade.
"Foi no Recife onde ele começou as primeiras experiências inovadoras no campo do paisagismo. Foi aqui que ele desenvolveu uma nova forma de construir jardins, rompendo com a tradição europeia no solo do Brasil. No tempo que passou na Alemanha, em Berlim, ele conheceu o jardim botânico de lá e viu plantas típicas do Brasil que não eram valorizadas aqui. Contratado pelo Governo do Estado, ele desenvolveu um projeto conhecido mundialmente como inovador, e aqui, no Recife, foi a parte embrionária do seu destino, que se expandiu para o resto do país. Burle Marx viajava para o interior de Pernambuco indo atrás de plantas tropicais, com a sua inovação estética de jardins", explicou o jornalista e fotógrafo Marcus Prado.
Das 19 praças públicas projetadas na cidade pelo paisagista, 15 foram classificadas pela Prefeitura do Recife como jardim histórico, sendo elas: as Praças de Casa Forte; Artur Oscar Euclides da Cunha; do Derby; Ministro Salgado Filho; Faria Neves; Largo das Cinco Pontas; do Entroncamento; Chora Menino; Maciel Pinheiro; Pinto Damaso; Dezessete; da República (com os Jardins do Palácio do Campo das Princesas); Largo da Paz; e o jardim da Capela do Parque da Jaqueira. Além dos 14 jardins privados.
O professor e arquiteto Moisés Andrade explicou que o jardim expressa a percepção do mundo de um povo, ficando evidente a partir da cultura de expressão em função do tempo de jardins para a noite e para o dia. "O jardim japonês é um modelo clássico, resumo de natureza da calma, do tempo; o jardim francês é outro exemplo clássico que expressa o domínio do homem sob a natureza, que é geometrizada. Burle Marx rompe com isso tudo e cria a sua própria linguagem da natureza. Ele rompeu com todas essas culturas e cada região brasileira eram utilizadas nos seus jardins, como a Praça Euclides da Cunha, com cactos e espécies de espinho sem sombra, ou então a Praça de Casa Forte, onde ele traz espécies da Amazônia, folhas e espécies resinosas incorporam o cheiro do jardim, sobretudo a mescla de todas essas espécies de cores verdes, amarelas, roxas, pretas, e apresenta ao mundo esse tipo de percepção natural".
Além de paisagista, Burle Marx foi designer de jóias, artista plástico, pintor, escultor, ceramista, tapeceiro e pesquisador, como bem lembrou Moisés. "Ele tinha uma qualidade de pesquisador, os seus jardins eram praticamente desenhados no campo. As espécies eram identificadas por ele e sua equipe trouxe à tona a valorização das espécies brasileiras, valorizou e fez o mundo admirar as suas espécies. A relação dele com o Recife é baseada no que Cícero Dias disse: 'Eu vi o mundo e ele começava no Recife'. Todo o trabalho de Burle Marx começou no Recife, onde foi o seu primeiro laboratório experimental e depois foi para o mundo. Até hoje, a Praça de Casa Forte ainda é o marco de toda essa carreira", explicou o professor.
De acordo com a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), são realizadas durante todo o ano ações de manutenção e limpeza nos espaços públicos da cidade, incluindo as praças que possuem projeto paisagístico de Burle Marx. "Esses serviços são intensificados durante o mês de julho para a Semana Burle Marx, quando a autarquia reforça as ações de limpeza e poda, pintura e demais intervenções nas seis praças tombadas: Praça da República, Praça do Derby, Praça Euclides da Cunha (em frente ao Clube Internacional), Praça de Casa Forte, Praça Faria Neves (em Dois Irmãos) e Praça Ministro Salgado Filho (em frente ao aeroporto)".
SEMANA BURLE MARX
Neste ano, as comemorações da 12ª Semana Burle Marx vão iniciar nesta sexta-feira (6), até 1º de setembro. O encerramento acontecerá com a apresentação do 2º Seminário Internacional, conduzido por palestrantes do Brasil, Espanha e Costa Rica. Além disso, outras atividades também irão acontecer no Museu do Recife e no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM) com agendas educativas. O objetivo da semana é, além da promoção de eventos culturais na cidade, estimular uma campanha de valorização dos jardins históricos do Recife.
Seu primeiro projeto público feito no Recife foi uma praça no bairro do Forte, em 1934, que lhe deu o cargo de diretor de Parques e Jardins do Departamento de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco, ocupado durante quatro anos, nos quais Burle Marx teve a oportunidade de desenhar mais de 10 praças públicas na cidade.
"Foi no Recife onde ele começou as primeiras experiências inovadoras no campo do paisagismo. Foi aqui que ele desenvolveu uma nova forma de construir jardins, rompendo com a tradição europeia no solo do Brasil. No tempo que passou na Alemanha, em Berlim, ele conheceu o jardim botânico de lá e viu plantas típicas do Brasil que não eram valorizadas aqui. Contratado pelo Governo do Estado, ele desenvolveu um projeto conhecido mundialmente como inovador, e aqui, no Recife, foi a parte embrionária do seu destino, que se expandiu para o resto do país. Burle Marx viajava para o interior de Pernambuco indo atrás de plantas tropicais, com a sua inovação estética de jardins", explicou o jornalista e fotógrafo Marcus Prado.
Das 19 praças públicas projetadas na cidade pelo paisagista, 15 foram classificadas pela Prefeitura do Recife como jardim histórico, sendo elas: as Praças de Casa Forte; Artur Oscar Euclides da Cunha; do Derby; Ministro Salgado Filho; Faria Neves; Largo das Cinco Pontas; do Entroncamento; Chora Menino; Maciel Pinheiro; Pinto Damaso; Dezessete; da República (com os Jardins do Palácio do Campo das Princesas); Largo da Paz; e o jardim da Capela do Parque da Jaqueira. Além dos 14 jardins privados.
O professor e arquiteto Moisés Andrade explicou que o jardim expressa a percepção do mundo de um povo, ficando evidente a partir da cultura de expressão em função do tempo de jardins para a noite e para o dia. "O jardim japonês é um modelo clássico, resumo de natureza da calma, do tempo; o jardim francês é outro exemplo clássico que expressa o domínio do homem sob a natureza, que é geometrizada. Burle Marx rompe com isso tudo e cria a sua própria linguagem da natureza. Ele rompeu com todas essas culturas e cada região brasileira eram utilizadas nos seus jardins, como a Praça Euclides da Cunha, com cactos e espécies de espinho sem sombra, ou então a Praça de Casa Forte, onde ele traz espécies da Amazônia, folhas e espécies resinosas incorporam o cheiro do jardim, sobretudo a mescla de todas essas espécies de cores verdes, amarelas, roxas, pretas, e apresenta ao mundo esse tipo de percepção natural".
Além de paisagista, Burle Marx foi designer de jóias, artista plástico, pintor, escultor, ceramista, tapeceiro e pesquisador, como bem lembrou Moisés. "Ele tinha uma qualidade de pesquisador, os seus jardins eram praticamente desenhados no campo. As espécies eram identificadas por ele e sua equipe trouxe à tona a valorização das espécies brasileiras, valorizou e fez o mundo admirar as suas espécies. A relação dele com o Recife é baseada no que Cícero Dias disse: 'Eu vi o mundo e ele começava no Recife'. Todo o trabalho de Burle Marx começou no Recife, onde foi o seu primeiro laboratório experimental e depois foi para o mundo. Até hoje, a Praça de Casa Forte ainda é o marco de toda essa carreira", explicou o professor.
De acordo com a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), são realizadas durante todo o ano ações de manutenção e limpeza nos espaços públicos da cidade, incluindo as praças que possuem projeto paisagístico de Burle Marx. "Esses serviços são intensificados durante o mês de julho para a Semana Burle Marx, quando a autarquia reforça as ações de limpeza e poda, pintura e demais intervenções nas seis praças tombadas: Praça da República, Praça do Derby, Praça Euclides da Cunha (em frente ao Clube Internacional), Praça de Casa Forte, Praça Faria Neves (em Dois Irmãos) e Praça Ministro Salgado Filho (em frente ao aeroporto)".
SEMANA BURLE MARX
Neste ano, as comemorações da 12ª Semana Burle Marx vão iniciar nesta sexta-feira (6), até 1º de setembro. O encerramento acontecerá com a apresentação do 2º Seminário Internacional, conduzido por palestrantes do Brasil, Espanha e Costa Rica. Além disso, outras atividades também irão acontecer no Museu do Recife e no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM) com agendas educativas. O objetivo da semana é, além da promoção de eventos culturais na cidade, estimular uma campanha de valorização dos jardins históricos do Recife.
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