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PANDEMIA

Em Pernambuco, 90% dos internados pela Covid-19 não têm ciclo vacinal completo

Publicado em: 25/08/2021 12:46 | Atualizado em: 25/08/2021 20:09

 (Foto: Arnaldo Sete/DP Foto)
Foto: Arnaldo Sete/DP Foto
Em coletiva realizada nesta quarta-feira (25), o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, informou que, de acordo com dados, 90% dos casos graves de Covid-19 na população pernambucana registrados no mês de julho foram em pacientes que não tinham o ciclo vacinal completo. Neste caso, os pacientes tinham tomado apenas a primeira dose ou nenhuma. Na ocasião e diante do alarmante número, Longo ressaltou, ainda, a importância da população ter o ciclo vacinal previamente completo com as duas doses, sem deixar de lado o uso da máscara de proteção facial e o álcool para higienização.

"Em números, detectamos, a partir de um levantamento cruzando dados do banco de notificação de síndromes respiratórias agudas graves de Pernambuco, o Notifica PE, com o sistema de informação do PNI, apontando que 90% dos casos graves pela Covid-19 no mês de julho ocorreram em pacientes que não tinham o ciclo vacinal completo. Ou seja, 90% das pessoas que tiveram casos graves, que se internaram na UTI, não tinham o ciclo vacinal completo. 58% dos desses pacientes não tomaram nenhuma dose da vacina, e 32% só tinham tomado a primeira dose. Esses dados dão a real dimensão da importância de se vacinar com o ciclo completo e tomar as duas doses no momento certo, sem atraso", ressaltou André Longo. 

De acordo com o secretário, Pernambuco vem passando por um período de oscilação nas notificações da Srag, tendo um maior número de casos. "Continuamos com um quadro de estabilidade no cenário epidemiológico, com os menores patamares de casos desde que houve a primeira aceleração da doença, ainda em março de 2020. Mas na semana 33 tivemos uma oscilação nas notificações de Srag, essa flutuação para maior está seguindo uma curva sazonal, que a gente observa de doenças respiratórias mesmo naqueles anos que não convivemos com epidemias. Ao todo, foram 473 casos notificados de Srag na semana passada, 48 casos a mais que a semana epidemiológica 32, um aumento de 11% e de 71 casos a mais que na semana 31, com um aumento de 17%".

No entanto, Longo explicou que as notificações não tiveram reflexo nos outroa indicadores, como nas solicitações de UTI, que teve um registro de 293 pedidos na semana 33, sendo o menor quantitativo registrado desde abril de 2020. "Representa uma redução de 10% em relação a semana 32 e uma queda de 15% em 15 dias. A ocupação dos leitos em terapia intensiva continua com tendência de redução. Atualmente, temos um pouco mais de 450 pacientes internados nas vagas de UTI da rede pública, o que nos remonta ao patamar de abril do ano passado. Esses indicadores permitem novas progressões no Plano de Convivência. Mas se quisermos continuar avançando rumo a uma normalidade possível, precisamos acelerar a vacinação e reforçar os cuidados".

Sobre o processo de instabilidade nos casos de Srag, especificou que foi a primeira vez no ciclo de 15 dias que houve uma quebra na tendência com o aumento dos casos e que, ainda assim, Pernambuco está em um patamar mais baixo desde o início da pandemia. "Mas não estamos contentes com esse patamar de síndrome respiratória grave, o nosso trabalho é para diminuir ainda mais esses números. Obviamente é o avançar da vacinação e os cuidados que vão fazer com que a gente tenha o menor controle e melhor desenvolvimento dos casos graves. Da semana 33 à 36, mesmo em anos sem epidemia, a gente tem uma maior eclosão de casos respiratórios. Estamos atribuindo mais a isso do que a provável emergência ou predomínio da Delta, até porque não detectamos essa predominante nas análises. Tivemos aqueles dois casos no sequenciamento da semana passada, estamos com a expectativa de ver um resultado com a amostra já de agosto para ver se a gente tem ou não a prevalência da Delta aqui no Estado, pois não temos dúvidas que ela já está aqui", ilustrou. 

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