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POLÊMICA
Ministério Público investiga escola, após afirmar que campanha da Burger King é um "ataque às crianças"
Publicado: 29/06/2021 às 14:00

/Reprodução/Instagram
Após uma escola, de Aldeia dos Camarás, bairro nobre de Camaragibe, na Região Metropolitana, rebater a campanha LGBTQIA%2b "Como explicar?", da rede fast-food estadunidense Burger King, como um “ataque as crianças” e dizer que é preciso “nos armarmos contra estas e outras setas inflamadas do inimigo”, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) anunciou que irá proceder a recepção da denúncia e apuração dos fatos. A Secretaria Estadual de Educação e Esportes também informou que acompanhará o caso. A Aliança LGBT, organização com representação em todo País, emitiu uma nota de repúdio às falas e considerou a atitude da escola como "LGBTIfóbica". A Eccoprime Eccoprime Bilingual School, em nota publicada na segunda-feira (28), negou as acusações de homofobia e discurso de ódio e considerou a campanha como “um excesso”. Sobre a crítica da escola a campanha, a Burger King informou ao Diario que não irá se pronunciar.
O caso começou quando a escola publicou no Instagram, no último sábado (26), uma publicação afirmando que a campanha representa um ataque as crianças, e que os pais precisam defender os filhos. "Este é apenas um dos muitos ataques que eles enfrentam todos os dias, sem antes estarem preparados. Nós, como pais, precisamos defender os nossos filhos e nos posicionar!”. Até o momento a publicação com mais de mais de 38 mil comentários e 28 mil curtidas.
Diante da repercussão, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio da 3 Promotoria Cível de Camaragibe na área de educação, esclareceu que irá proceder a recepção da denúncia e apuração dos fatos. A Secretaria de Educação e Esportes Pernambuco, por meio da Gerência de Políticas Educacionais de Educação Inclusiva, Direitos Humanos e Cidadania (GEIDH), que foi criada desde 2007, também informou que está acompanhando o caso.
Confira a nota na integra:
Fazer com que o saber seja criticamente apropriado pelos alunos; aliar o saber científico ao saber prévio dos alunos (saber popular); adotar uma gestão participativa no seu interior; contribuir na construção de um Brasil como um país de todos, com igualdade, humanidade e justiça social (ARÊAS, s.d.). Essas são apenas algumas das funções sociais da Escola. Porém, não foi dessa forma que a escola Eccoprime, situada na região metropolitana de Recife, agiu no último sábado, 26/06/2021.
Após o lançamento da campanha da rede de fast-food Burger King com tema “Ai, mas como eu vou explicar isso pra uma criança?”, que teve por intuito promover o respeito e a inclusão das pessoas LGBTI , a escola usou sua rede social para promover discurso de ódio, com uma chamada agressiva em contraponto a campanha ‘Nossas crianças estão sob ataques’.
Ao distorcer a finalidade da campanha da rede de fast-food, que é promover inclusão e se contrapor aos discursos de ódio relacionados à comunidade LGBTI , a escola não só reforça o preconceito como incorre em crime de LGBTfobia ao expressar que as crianças estão em perigo por causa da comunidade LGBTI , que esta seria uma ameaça e que os movimentos estão promovendo uma “reeducação sexual” para enganar essas crianças. Além disso, também incita que seus mais de 18 mil seguidores reproduzam tal discurso LGBTIfóbico, como é possível observar nos inúmeros comentários da postagem.
A instituição também desconsidera a dura realidade da população LGBTI , vítima de constantes ataques, agressões físicas e até mesmo as notícias da própria região, que veiculam o recente caso de uma mulher trans foi queimada viva e segue no hospital em estado grave.
Ao promover tal discurso de ódio, o estabelecimento educacional também deixa de considerar que a escola é um espaço de promoção da cidadania, do respeito e dos direitos humanos e passa a operar como mais uma ferramenta de manutenção da opressão LGBTI dentro da sociedade.
O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 1 Coríntios 13:4-7
O caso começou quando a escola publicou no Instagram, no último sábado (26), uma publicação afirmando que a campanha representa um ataque as crianças, e que os pais precisam defender os filhos. "Este é apenas um dos muitos ataques que eles enfrentam todos os dias, sem antes estarem preparados. Nós, como pais, precisamos defender os nossos filhos e nos posicionar!”. Até o momento a publicação com mais de mais de 38 mil comentários e 28 mil curtidas.
Diante da repercussão, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio da 3 Promotoria Cível de Camaragibe na área de educação, esclareceu que irá proceder a recepção da denúncia e apuração dos fatos. A Secretaria de Educação e Esportes Pernambuco, por meio da Gerência de Políticas Educacionais de Educação Inclusiva, Direitos Humanos e Cidadania (GEIDH), que foi criada desde 2007, também informou que está acompanhando o caso.
REAÇÕES
Com a publicação, o conteúdo causou uma reação negativa entre os usuários da rede social. “Além, do discurso de ódio que a escola prega, preparando as crianças para uma realidade esquizofrênica, é sabido o quão a escola Prime deixa a desejar em seu conteúdo pedagógico. A evasão de famílias é altíssima e ainda recebemos crianças desta escola com conteúdos defasados. Ainda bem que tem famílias que ‘despertam’ cedo desta instituição alienante e violenta”, comentou uma usuária.
“Que absurdo!!! Vocês deveriam ter vergonha em se considerar educadores! Homofobia é crime!!”, comentou outro usuário.
Apesar dos comentários críticos, a deputada estadual Clarissa Tércio, membro do Partido Social Cristão (PSC), elogiou o posicionamento da escola. “Parabéns a escola pelo firme posicionamento, em favor das nossas crianças!!! A família de bem Brasileira aplaude de pé atitudes como essa e glorifica a Deus pela vida dos envolvidos!!! Permaneçam firmes e contem conosco!!!”, escreveu a parlamentar no post.
O caso, que vem chamando a atenção em todo o País, foi classificado como "LGBTIfóbia", pela Aliança Nacional LGBT, organização sem fins lucrativos com representação em todos estados do País, em nota de repúdio emitida, na segunda-feira (28), data que marca o Orgulho LGBTI . A nota cita a passagem bíblica “Coríntios 13:4-7”, que diz o amor é paciente e bondoso.
“Que absurdo!!! Vocês deveriam ter vergonha em se considerar educadores! Homofobia é crime!!”, comentou outro usuário.
Apesar dos comentários críticos, a deputada estadual Clarissa Tércio, membro do Partido Social Cristão (PSC), elogiou o posicionamento da escola. “Parabéns a escola pelo firme posicionamento, em favor das nossas crianças!!! A família de bem Brasileira aplaude de pé atitudes como essa e glorifica a Deus pela vida dos envolvidos!!! Permaneçam firmes e contem conosco!!!”, escreveu a parlamentar no post.
O caso, que vem chamando a atenção em todo o País, foi classificado como "LGBTIfóbia", pela Aliança Nacional LGBT, organização sem fins lucrativos com representação em todos estados do País, em nota de repúdio emitida, na segunda-feira (28), data que marca o Orgulho LGBTI . A nota cita a passagem bíblica “Coríntios 13:4-7”, que diz o amor é paciente e bondoso.
Confira a nota na integra:
Fazer com que o saber seja criticamente apropriado pelos alunos; aliar o saber científico ao saber prévio dos alunos (saber popular); adotar uma gestão participativa no seu interior; contribuir na construção de um Brasil como um país de todos, com igualdade, humanidade e justiça social (ARÊAS, s.d.). Essas são apenas algumas das funções sociais da Escola. Porém, não foi dessa forma que a escola Eccoprime, situada na região metropolitana de Recife, agiu no último sábado, 26/06/2021.
Após o lançamento da campanha da rede de fast-food Burger King com tema “Ai, mas como eu vou explicar isso pra uma criança?”, que teve por intuito promover o respeito e a inclusão das pessoas LGBTI , a escola usou sua rede social para promover discurso de ódio, com uma chamada agressiva em contraponto a campanha ‘Nossas crianças estão sob ataques’.
Ao distorcer a finalidade da campanha da rede de fast-food, que é promover inclusão e se contrapor aos discursos de ódio relacionados à comunidade LGBTI , a escola não só reforça o preconceito como incorre em crime de LGBTfobia ao expressar que as crianças estão em perigo por causa da comunidade LGBTI , que esta seria uma ameaça e que os movimentos estão promovendo uma “reeducação sexual” para enganar essas crianças. Além disso, também incita que seus mais de 18 mil seguidores reproduzam tal discurso LGBTIfóbico, como é possível observar nos inúmeros comentários da postagem.
A instituição também desconsidera a dura realidade da população LGBTI , vítima de constantes ataques, agressões físicas e até mesmo as notícias da própria região, que veiculam o recente caso de uma mulher trans foi queimada viva e segue no hospital em estado grave.
Ao promover tal discurso de ódio, o estabelecimento educacional também deixa de considerar que a escola é um espaço de promoção da cidadania, do respeito e dos direitos humanos e passa a operar como mais uma ferramenta de manutenção da opressão LGBTI dentro da sociedade.
O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 1 Coríntios 13:4-7
Esse tipo de discurso não apenas serve como munição para aqueles que usam a violência física, ele é a própria violência psicológica e moral contra as pessoas LGBTI , além disso influencia até mesmo na evasão escolar de crianças e adolescentes que são vítimas da reprodução daquelas tenebrosas palavras em ambiente escolar.
A Aliança Nacional LGBTI e sua coordenação no estado do Pernambuco, junto às demais coordenações municipais do estado, vem à público mencionar toda sua indignação e repúdio à postagens e falas homofóbicas da Escola Eccoprime, e que todas as medidas cabíveis no âmbito jurídico serão tomadas. Além disso, ressaltamos que vamos cobrar da Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco e do Ministério Publico de Pernambuco, através do núcleo de direitos LGBT, uma apuração do caso.
Diante da repercussão da publicação, a Eccoprime Bilingual School, negou as acusações de homofobia e discurso de ódio. E reiterou o seu posicionamento de que “os pais cristãos devem estar atentos e proteger seus filhos de campanhas publicitárias promotoras da sexualidade precoce”.
Confira a nota na integra:
Diante da repercussão da publicação, a Eccoprime Bilingual School, negou as acusações de homofobia e discurso de ódio. E reiterou o seu posicionamento de que “os pais cristãos devem estar atentos e proteger seus filhos de campanhas publicitárias promotoras da sexualidade precoce”.
Confira a nota na integra:
Em virtude dos questionamentos e investidas que vem sofrendo, a Eccoprime Internatonal Christian School vem por meio desta nota oficial, posicionar-se acerca da postagem intitulada “Nossas crianças estão sob ataque”, publicada em suas redes sociais em 28 de junho de 2021.
Inicialmente, é importante pontuar que a ECCOPRME repudia toda e qualquer violência contra a comunidade LGBTQIA . Rejeitamos qualquer discurso ofensivo à dignidade humana, ou mesmo qualquer espécie de preconceito ou discriminação.
Como cristãos, somos contra a homofobia e transfobia, pois o respeito e amor por todas as pessoas são valores inegociáveis para a ECCOPRIME, embora a prática homossexual não seja apoiada pela Bíblia (Romanos 1:18-32), que é a regra de fé a prática do cristão.
Trata-se de uma escola reconhecidamente cristã, cuja opinião está arraigada nos princípios bíblicos, exercendo a liberdade de expressão, que não fere os direitos alheios, conforme entendimento pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
Os termos utilizados na postagem aludida são de cunho espiritual e voltados a um público-alvo específico. Frise-se: não houve intenção alguma de desdenhar quaisquer indivíduos ou grupos, visto que, aliás, não é esta a postura do cristianismo histórico.
Inicialmente, é importante pontuar que a ECCOPRME repudia toda e qualquer violência contra a comunidade LGBTQIA . Rejeitamos qualquer discurso ofensivo à dignidade humana, ou mesmo qualquer espécie de preconceito ou discriminação.
Como cristãos, somos contra a homofobia e transfobia, pois o respeito e amor por todas as pessoas são valores inegociáveis para a ECCOPRIME, embora a prática homossexual não seja apoiada pela Bíblia (Romanos 1:18-32), que é a regra de fé a prática do cristão.
Trata-se de uma escola reconhecidamente cristã, cuja opinião está arraigada nos princípios bíblicos, exercendo a liberdade de expressão, que não fere os direitos alheios, conforme entendimento pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
Os termos utilizados na postagem aludida são de cunho espiritual e voltados a um público-alvo específico. Frise-se: não houve intenção alguma de desdenhar quaisquer indivíduos ou grupos, visto que, aliás, não é esta a postura do cristianismo histórico.
Todavia, quanto à propaganda infantil, originariamente veiculada pela Burger King, entende-se que se trata de um excesso. Ora, se a publicidade infantil é tema tão cheio de limitações, certamente uma propaganda com crianças a cerca de um assunto tão delicado, como a sexualidade, é passível de críticas.
Entendemos que a empresa alimentícia não levou em consideração o Estatuto da Criança e Adolescente, que diz que quando se tratam de pessoas ainda em desenvolvimento das suas faculdades e, portanto, devem ser protegidas de determinadas exposições.
Destarte, entendemos que obstar a escola de expressar seus princípios e crenças, dentro dos limites jurídicos, é um atentando desrespeitoso à diversidade de opinião e as liberdades resguardadas pela Constituição. Assim, a ECCOPRIME reitera seu posicionamento de que os pais cristãos devem estar atentos e proteger seus filhos de campanhas publicitárias promotoras da sexualidade precoce.
Por fim, a ECCOPRIME segue no direito de expressar suas concepções e valores bíblicos sobre o referido tema, sem qualquer propósito de disseminação de ódio e desrespeito a quaisquer pessoas, estando aberta para o debate respeitoso.
Entendemos que a empresa alimentícia não levou em consideração o Estatuto da Criança e Adolescente, que diz que quando se tratam de pessoas ainda em desenvolvimento das suas faculdades e, portanto, devem ser protegidas de determinadas exposições.
Destarte, entendemos que obstar a escola de expressar seus princípios e crenças, dentro dos limites jurídicos, é um atentando desrespeitoso à diversidade de opinião e as liberdades resguardadas pela Constituição. Assim, a ECCOPRIME reitera seu posicionamento de que os pais cristãos devem estar atentos e proteger seus filhos de campanhas publicitárias promotoras da sexualidade precoce.
Por fim, a ECCOPRIME segue no direito de expressar suas concepções e valores bíblicos sobre o referido tema, sem qualquer propósito de disseminação de ódio e desrespeito a quaisquer pessoas, estando aberta para o debate respeitoso.
A CAMPANHA
Sobre a campanha, a Burger King informou que o vídeo contou com a curadoria de especialistas em psicologia para garantir o uso de uma linguagem adequada, bem como uma consultoria de diversidade e das ONGS Mães pela Diversidade e APOLGBT.
“No BK, acreditamos no respeito como princípio básico de todas as relações humanas e não toleramos o preconceito. Aqui, todas as pessoas são bem-vindas. O desenvolvimento da campanha ‘Como Explicar’, voltada e pensada especificamente para o público adulto, contou com a curadoria de especialistas em psicologia para garantir o uso de uma linguagem adequada, bem como uma consultoria de diversidade e das ONGS Mães pela Diversidade e APOLGBT. O Burger King reforça seu compromisso de contribuir na construção de uma sociedade cada vez mais plural e com o respeito como princípio básico”, informou a empresa.
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