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Convênio permite a qualificação de 400 reeducandos

Publicado em: 29/09/2020 17:30 | Atualizado em: 29/09/2020 21:21

A assinatura do termo de convênio foi feita entre as entidades públicas e privadas. (Foto: Ray Evllyn/SJDH)
A assinatura do termo de convênio foi feita entre as entidades públicas e privadas. (Foto: Ray Evllyn/SJDH)
A secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, sediou em seu auditório a assinatura do convênio com representantes dos Institutos Recomeçar e Ação Pela Paz, para a qualificação de 400 reeducandos atendidos pelo Patronato Penitenciário. Os cursos começam em Outubro. 

Segundo o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, 70% da população carcerária não conseguiu concluir o ensino fundamental. A oportunidade de qualificação profissional surge para promover a ressocialização dos  reeducandos do regime aberto e livramento condicional, através da oferta dos cursos de informática básica e empreendedorismo. 

“Ressocialização é sinônimo de trabalho e é com muita satisfação que celebramos mais essa parceria. Todo reeducando tem seu prazo de validade. Um dia ele sairá da prisão e nós faremos o possível para que aqui fora eles encontrem dignidade e cidadania”, afirma o secretário.

A mudança e ressocialização se concretiza com a história do ex-reeducando
Cicero Alves, 37 anos. Ele agora é multipiclador do Projeto na cidade do Recife, e vai coordenar os cursos junto ao Patronato Penitenciário. Cicero esteve recluso por nove anos e cinco meses no sistema prisional alagoano.

Em 2014, ele foi considerado o preso com maior pontuação no Enem no Brasil. Hoje é representante do Instituto Recomeçar de São Paulo, em Pernambuco. Graduado no curso de bacharelado em Administração, na modalidade online, atualmente ele é aluno do curso de Direito. 

"É um grande divisor de águas porque agora vamos trabalhar em prol dessas pessoas que hoje estão reclusas, que vão sair mas necessitam de uma oportunidade para recomeçar suas vidas", disse Cicero. 

Na visão dele os reeducandos devem sair da melhor forma possível e serem reinseridos imediatamente no mercado de trabalho. "Não vai ser a queda que o levou ao sistema carcerário o seu último degrau, mas sim o início de uma nova vida para aqueles que querem uma nova mudança", declarou o ex-reeducando. 

De acordo com dados do Patronato Penitenciário, as parcerias com empresas públicas e privadas já geram um total de 1.246 postos de trabalho para egressos do regime aberto e livramento condicional. Um estudo realizado pelo órgão revelou que apenas 1% dos reeducandos que trabalham volta a reincidir, enquanto quase 8% dos que não têm ocupação formal retornam à vida do crime.
 
Instituições paulistas

Criado em 2015, em São Paulo, o projeto Recomeçar tem o objetivo de reintegrar à sociedade homens e mulheres, qualificando e empoderando-os para que possam estruturar um novo caminho social, emocional e profissional.

O Instituto Ação Pela Paz, também foi criado em 2015, por Jayme Brasil Garfinkel, empresário e atual presidente do conselho, e Solange Senese, diretora-executiva da instituição, que esteve presente no ato. Desde sua criação, a entidade possui a missão de apoiar a sociedade civil em iniciativas para redução da reincidência criminal no Brasil.

No início da pandemia, mais de 160 mil máscaras foram doadas pelo Instituto ao sistema prisional de Pernambuco. "Esse convênio tem muita importância para nós, porque atua diretamente no nosso foco, que é apoiar a sociedade civil e o poder público em iniciativas que contribuam com a redução da reincidência criminal”, pontua Solange.

 

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