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Professores da rede particular de Pernambuco aprovam estado de greve

Publicado em: 30/09/2020 15:16 | Atualizado em: 30/09/2020 19:45

Em Pernambuco, aulas presenciais estão suspensas desde 18 de março. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Em Pernambuco, aulas presenciais estão suspensas desde 18 de março. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil )
Professores da rede privada de ensino de Pernambuco aprovaram, em assembleia virtual realizada nesta quarta-feira (30), o estado de greve. A categoria é contra o retorno das aulas presenciais, autorizadas pelo governo a partir do dia 6 de outubro. Cerca de 200 professores participaram do encontro online. Os docentes temem que a reabertura das escolas geram novas infecções pelo novo coronavírus no estado. 

"Dentre as deliberações, os professores e as professoras decidiram pelos seguintes pontos: estado de greve; notificar ao conjunto de instituições envolvidas, direta e indiretamente, nesse contexto de aulas remotas devido a pandemia; ampliar a fiscalização das escolas, sobretudo na defesa dos direitos; garantias à saúde e cumprimento dos protocolos sanitários e, por fim, provocar o poder judiciário, visando a manutenção do ensino remoto", informou o Sindicato dos Professores no Estado de Pernambuco (Sinpro-PE).

O estado de greve é uma etapa anterior à greve, ou seja, a decisão desta quarta-feira não leva à paralisação dos professores. O Sinpro-PE vai notificar o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe-PE) sobre o resultado da assembleia. Uma nova discussão com a categoria deve acontecer, mas ainda não há data marcada. 

"Nosso corpo jurídico já está trabalhando para atuar da melhor forma. O estado de greve é um posicionamento de ordem política. Precisamos aplicar toda a legislação para uma possível deflagração de greve. Vamos fazer fiscalizações nas escolas e acionar os órgãos de controle, como Vigilância Sanitária, para monitorar os próximos passos", disse o presidente do Sinpro-PE, Helmiton Bezerra. A categoria também solicitou reunião com o secretário estadual de Educação e Esportes, Fred Amancio.

Resposta

O Sinepe-PE informou que não foi notificado pelo Sinpro-PE sobre a decretação de estado de greve. "Queremos deixar claro que temos uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) celebrada entre diretores e professores em julho, que prevê todas as situações de excepcionalidade que estamos vivendo dentro da escola. Está explícita a situação de aulas híbridas, com parte dos alunos no presencial e parte no remoto, sem qualquer dificuldade na sua aplicação", pontuou o sindicado das escolas.

"Torcemos para não se tornar necessário judicializar uma questão, acordada há pouco mais de dois meses, quando a situação da pandemia era muito mais delicada que hoje.  Quando duas categorias assinam uma convenção, o mínimo que se espera é que ambas a cumpram. Temos a convicção de que o retorno presencial para as famílias que precisam e desejam levar os filhos à escola é fundamental para que possamos honrar o nosso compromisso com os professores e colaboradores, tanto na manutenção do emprego quanto no pagamento dos salários. Esse ponto, sim, é, nesse momento, essencial que todos cumpram", completou o Sinepe.

O diretor-executivo do Sinepe, Arnaldo Mendonça, reforçou que, até as 19h45 desta quarta, o sindicato das escolas não foi procurado pelo Sinpro-PE para comunicar o estado de greve. "Com a volta do ensino médio, apenas 15% dos professores e estudantes vão retornar ao presencial. É incompreensível que queiram fazer uma greve para 15% da categoria, inclusive tendo em vista o acordo feito na CTT", disse.

Rede estadual

Também contrários ao retorno das aulas presenciais em Pernambuco, professores da rede estadual deflagraram estado de greve em assembleia virtual no último dia 24. O encontro foi convovado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe) e reuniu 1.105 participantes. Desses, 93% concordaram com o estado de greve.

Uma nova assembleia, também online, acontece na tarde desta quarta. "A categoria é contrária à volta presencial e a favor da manutenção das aulas remotas. Entendemos que ainda existem riscos, apesar de os números da Covid-19 estarem diminuindo no estado", disse a vice-presidente do Sintepe, Valéria Silva.

A retomada das atividades presenciais, começando pelo ensino médio, foi anunciada pelo governo do estado no dia 21 de setembro. A previsão é de início das aulas presenciais no dia 6 de outubro para o terceiro ano do ensino médio; no dia 13 para o segundo ano e no dia 20 para o primeiro ano. Ainda não há definição de cronograma para o ensino fundamental e a educação infantil.
 
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