Descoberta arqueológica
Pesquisadores reconstroem rosto de mulher pré-histórica encontrada em Pernambuco
Por: Ana Carolina Guerra
Publicado em: 17/09/2020 12:11 | Atualizado em: 17/09/2020 16:41
Museu de Arqueologia e Ciências Naturais/Divulgação |
Mais uma descoberta, feita pelo Museu de Arqueologia e Ciências Naturais da Universidade Católica de Pernambuco, ajudou a identificar a aparência dos antigos habitantes das terras pernambucanas. O instituto divulgou a reconstrução do rosto de uma mulher indígena, que viveu há 2 mil anos no sítio Furna do Estrago, pertencente ao município de Brejo da Madre de Deus, no Agreste do estado. A reestruturação foi possível através da análise do crânio, sendo realizada através dos restos mortais mais antigos encontrados em Pernambuco e primeiro do sexo feminino.
De acordo com a pesquisa, os vestígios arqueológicos e bioarqueológicos no local foram resgatados em escavações ocorridas nos anos de 1982, 1983, 1987 e 1994, pela arqueóloga Jeannette Maria Dias de Lima. O sítio, segundo os pesquisadores, apresentou uma estratigrafia - ramo da geologia que estuda os processos que formam as rochas- composta por cinzas de fogueiras e elementos orgânicos. O sítio de Furna do Estrago, segundo a pesquisa, possui sucessivas ocupações indígenas há 11 mil anos.
"Estamos tentando dar rostos a uma população. Iniciamos com um flautista com idade entre 45 e 50 anos, da mesma comunidade que a mulher, em seguida analisamos a estrutura da indígena, que teria sido datada através do estudo da dentição como uma criança de 12 anos. Em seguida, analisando outras estruturas descobrimos que a mulher tem idade entre os 15 e 18 anos", revelou Roberta Richard Pinto, coordenadora do Museu.
"Estamos tentando dar rostos a uma população. Iniciamos com um flautista com idade entre 45 e 50 anos, da mesma comunidade que a mulher, em seguida analisamos a estrutura da indígena, que teria sido datada através do estudo da dentição como uma criança de 12 anos. Em seguida, analisando outras estruturas descobrimos que a mulher tem idade entre os 15 e 18 anos", revelou Roberta Richard Pinto, coordenadora do Museu.
Para a recostrução, foi utilizado um programa de computador em terceira dimensão (3D), que definiu a espessura da pele e a posição do músculo. Através das projeções também foi possível desenhar o nariz, os lábios e a posição da orelha.
Roberta também destacou a presença de anomalias genéticas e estrutura corporal diferenciada, o que não apresenta ligações com etnias atuais.
Roberta também destacou a presença de anomalias genéticas e estrutura corporal diferenciada, o que não apresenta ligações com etnias atuais.
"Nós conseguimos identificar algumas anomalias genéticas que são fruto da relação entre parentes. Aparentemente era uma população mais isolada, caçadores e coletores nômades", explica a coordenadora.
Além das estruturas físicas, traços culturais também foram identificados durante a pesquisa.
"Na pesquisa nós também descobrimos que essa população não era ceramista como os outros. Eles utilizavam técnicas funerárias diferentes. Essas técnicas eram voltadas para a construção de redes, que tinham um trançado único, e cestos utilizadas para enterrar os corpos. As pessoas eram enterradas com todos os seus pertences pessoais em um abrigo sobre as rochas", informou Roberta Richard.
Além das estruturas físicas, traços culturais também foram identificados durante a pesquisa.
"Na pesquisa nós também descobrimos que essa população não era ceramista como os outros. Eles utilizavam técnicas funerárias diferentes. Essas técnicas eram voltadas para a construção de redes, que tinham um trançado único, e cestos utilizadas para enterrar os corpos. As pessoas eram enterradas com todos os seus pertences pessoais em um abrigo sobre as rochas", informou Roberta Richard.
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