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A seis dias da volta às aulas, professores da rede estadual decretam greve

Publicado em: 30/09/2020 17:33 | Atualizado em: 30/09/2020 20:38

 (Foto: Sandy James/Esp. DP)
Foto: Sandy James/Esp. DP
Faltando seis dias para o retorno às aulas presenciais, os professores da rede estadual de ensino de Pernambuco decretaram greve. A assembleia da categoria aconteceu na tarde desta quarta-feira (30). Entre os 1,5 mil participantes do encontro online convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe), 73% deles votaram pela paralisação.  

Nesta sexta-feira (2), representantes do sindicato voltam a se reunir com o secretário estadual de Educação e Esportes, Fred Amancio. A categoria volta a realizar assembleia na segunda-feira (5), na véspera do retorno anunciado pelo governo do estado. Na nova assembleia, a categoria vai votar pela deflagração ou não da greve. 

"O que for discutido com o secretário será levado à categoria para a deflagração de greve ou não. A nossa expectativa é continuar com o trabalho remoto e que o retorno ao presencial seja adiado. Acreditamos que ainda não é hora de voltar. Será um risco tanto para os professores quanto para os estudantes", afirmou a vice-presidente do Sintepe, Valéria Silva. Segundo ela, preocupação dos professores é não só com o ambiente escolar, mas também com o deslocamento da comunidade escolar no transporte público.

Também nesta quarta, os professores da rede privada de ensino de Pernambuco aprovaram, em assembleia virtual, o estado de greve. Eles são contra o retorno das aulas presenciais. Cerca de 200 professores participaram do debate online. Os docentes temem que a reabertura das escolas geram novas infecções pelo novo coronavírus no estado.

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"Dentre as deliberações, os professores e as professoras decidiram pelos seguintes pontos: estado de greve; notificar ao conjunto de instituições envolvidas, direta e indiretamente, nesse contexto de aulas remotas devido a pandemia; ampliar a fiscalização das escolas, sobretudo na defesa dos direitos; garantias à saúde e cumprimento dos protocolos sanitários e, por fim, provocar o poder judiciário, visando a manutenção do ensino remoto", informou o Sindicato dos Professores no Estado de Pernambuco (Sinpro-PE).

O estado de greve é uma etapa anterior à greve, ou seja, a decisão desta quarta-feira não leva à paralisação dos professores. O Sinpro-PE vai notificar o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe-PE) sobre o resultado da assembleia. Uma nova discussão com a categoria deve acontecer, mas ainda não há data marcada. 

Resposta

Em nota, a Secretaria de Educação e Esportes disse que trabalha com a premissa de manter o diálogo com os professores, demais profissionais de educação e com o Sintepe. "Neste sentido recebe com surpresa a informação sobre decretação de greve dos professores da rede pública estadual, uma vez que estava em processo de diálogo com a categoria. O órgão aguarda a formalização desta decisão por parte do Sintepe e a apresentação de uma proposta que permita a continuidade da negociação", respondeu.

A pasta afirma ainda que o governo de Pernambuco estabeleceu a retomada das aulas presenciais para o ensino médio em etapas a partir do dia 6 de outubro e de forma facultativa para os estudantes, com base em autorização das autoridades de saúde do estado, que vem acompanhando diariamente a redução dos números da pandemia e a melhoria de todos os indicadores epidemiológicos.

"A Secretaria de Educação e Esportes informa também que vem tomando as providências desde o mês de julho para que o retorno às aulas presenciais seja realizado de forma segura e observando o cumprimento das medidas previstas no protocolo sanitário para a área de educação. O maior objetivo é apoiar os estudantes e garantir seu direito à aprendizagem com a indispensável colaboração dos professores e demais profissionais da educação", pontuou.
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