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UFRPE lidera estudo para utilização de cães na identificação de portadores da Covid-19

Publicado em: 12/08/2020 10:28 | Atualizado em: 12/08/2020 10:49

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Pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e da Escola Nacional Veterinária de Alfort, na França, desenvolveram um estudo para viabilizar a utilização de cães na identificação de pessoas infectadas pela COVID-19. De acordo com a universidade, o objetivo é testar a sensibilidade e especificidade da detecção olfatória canina para a COVID-19, a fim de validar sua eficácia como ferramenta de triagem fácil e rápida.

O projeto conta com a colaboração da Secretaria de Saúde de Paudalho, que ajudam os pesquisadores no processo de coleta nos usuários que apresentam síndrome respiratória. A partir de uma orientação prévia aos pacientes, é realizada coleta de Swab para realização da (PCR) e identificação dos casos positivos e negativos.

 

Também durante o processo de recolhimento do material, é realizado, paralelamente,  a coleta de suor através de chumaço de algodão em cada axila. Uma amostra do algodão permanece na UFRPE para a identificação dos biomarcadores moleculares e a outra é enviada para o Centro de Treinamento dos Cães de Detecção da Amarante. A partir de amostras de pacientes com resultados positivos ou negativos, os cães recebem o treinamento para a identificação.

 

Já nos laboratórios de  Departamentos de Morfologia e Fisiologia Animal (DMFA) e Medicina Veterinária (DMV) da UFRPE, os pesquisadores identificam os biomarcadores, ou seja, as moléculas que estão presentes na reação do vírus com a sudorese humana, por meio de cromatografia gasosa e HPLC, além de tecnologia sofisticada  e precisa que está sendo utilizada em estudo semelhante na França. 

O coordenador do projeto em Pernambuco, professor Anísio Francisco Soares, do DMFA, informou que no momento em que há redução do isolamento social, a presença de cães podem identificar precocemente pessoas infectadas pelo novo coronavírus protegendo ambientes com grande circulação de pessoas.

"Assim que os cães, devidamente treinados, identificarem essas pessoas, elas serão notificadas e encaminhadas para isolamento social ou tratamento, evitando-se assim novas ondas de pico da doença. É um trabalho semelhante ao que ocorre em aeroportos, na detecção de entorpecentes e explosivos, além de doenças como malária e câncer", conta o docente.

Com possível sucesso da pesquisa é possível possibilitar a pré-testagem de um grande número de  pessoas. De acordo com os treinadores da Amarante, os cães podem testar até 500 pessoas por hora. A ação deve ser realizada nos estados de Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro, podendo avançar para outros estados brasileiros.

 

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