Pernambuco

UFPE desenvolve teste rápido da Covid-19

Publicado em: 01/07/2020 11:59 | Atualizado em: 01/07/2020 12:05

 (Bruna Costa/ Esp DP Foto)
Bruna Costa/ Esp DP Foto

Quanto mais rápido se tem o diagnóstico e acesso às estatísticas atualizadas sobre a pandemia viral, maiores são as chances do poder público de conseguir controlar a curva de contágio. Isso porque as medidas relacionadas a "flexibilização do isolamento social" e as "prioridades da gestão de saúde pública", também dependem da análise dos resultados obtidos com a testagem da população. É o que justifica o professor de engenharia biomédica da UFPE e doutor em engenharia elétrica, Wellington Pinheiro.

No Estado, o docente coordena o Grupo de Pesquisas em Computação Biomédica que está em fase final na pesquisa que desenvolveu teste rápido da Covid-19. O Estudo faz parte do Departamento de Engenharia Biomédica (DEBM) da Universidade Federal de Pernambuco e conta com o apoio do professor e doutor em Física, Ricardo Emmanuel de Souza, e o doutor em Biologia Aplicada à saúde e diretor do Hospital das clínicas, Luiz Alberto Mattos para gerir mais 20 integrantes, entre estudantes e pesquisadores, no desenvolvimento do invento.

A descoberta foi batizada de Heg.IA por conta da deusa grega da saúde, Hégia (ou Hígia) e a Inteligência Artificial (IA). O teste possibilita os resultados em uma ou duas horas e confere alta taxa de acerto, com acurácia de 96,89%, especificidade de 0,9214, e sensibilidade de 0,9365. De acordo com o professor Wellington Pinheiro, o novo teste não invalida a testagem com o RT PCR, considerado o exame padrão para os casos de covid-19, mas funciona como uma alternativa menos cara e mais rápida para a detecção do vírus. "A nossa solução ela que é uma solução que se coloca para esse cenário, para aqueles lugares onde não é possível ter tanta disponibilidade seja de testes rápidos, baseados em anticorpos, seja do RT PCR", reforça.

Para garantir também o isolamento social e proteger os pesquisadores de aglomerações, a maior parte do estudo tem sido desenvolvido de forma remota. "Nós tivemos que construir uma maneira nova e de trabalhar", alegou Pinheiro. "Como grande parte do trabalho é concentrada no desenvolvimento da parte de inteligência artificial, da parte de software, então a gente teve que criar uma forma de trabalhar todo mundo junto, todo dia, muitas horas por dia à distância", completou.

O teste rápido ainda é experimental e começou a ser produzido ainda no mês de março, quando a pandemia começou a se espalhar pelo Estado. O teste é voltado para o paciente com sintomas característicos da Covid-19. Ao se dirigir a instituições de saúde e a equipe médica irá solicitar alguns exames de sangue, recomendados pelo Ministério da Saúde. Os pesquisadores trabalharam com a hipótese de que o novo coronavírus não era uma doença somente do trato respiratório, mas que também era "predominantemente" uma doença do sangue.

Ainda no hospital, após acessar os resultados, o profissional de saúde poderá, então, acessar o sistema Heg.IA onde deverá anexar ou digitar os resultados dos exames de sangue. Então, o sistema irá gerar imediatamente um laudo médico, com diagnóstico positivo ou negativo para a Covid-19 e um direcionamento de internamento. Com esse laudo, a equipe médica poderá decidir a melhor conduta clínica para o paciente.

Ainda segundo Pinheiro, o estudo de caso será feito no município de Paudalho, na Zona da Mata. A escolha foi feita por conta de uma parceria com o município. A Cidade que será a primeira onde o novo teste será testado, tem enfrentado dificuldades de implantação do isolamento social e a curva de casos ainda está ascendente. 

 

 

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