Morre, aos 79 anos, Mestre Aprígio, patrimônio vivo de Pernambuco

Ouricuri (PE), no Sertão do Araripe, perdeu nesta segunda-feira (27) um grande representante na área cultural. O artesão José Aprígio Lopes faleceu aos 79 anos, após complicações com hipertensão e uma doença crônica. Ele chegou a passar oito dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional Fernando Bezerra. O artesão do couro chegou a realizar um teste para a Covid-19, que teve resultado negativo. Um segundo teste foi realizado, mas o resultado deverá ser divulgado dentro de quatro dias. Não houve velório. O sepultamento ocorreu na manhã desta terça-feira (28), no Cemitério de Ouricuri, no Sertão do Araripe, onde o artista viveu seus últimos dias. 

Mestre Aprígio deixou a esposa, dois filhos e três netos. Pela considerável contribuição para a formação cultural em seu território, José Aprígio foi eleito pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural como um Patrimônio Vivo de Pernambuco, em 16 de agosto de 2019.  Mestre Saúba, Maracatu de Baque Solto Cambinda Brasileira, Mestre Nado, Assis Calixto e Tribo Indígena Carijós do Recife foram os outros patrimônios da mesma leva.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, lamentou a morte do artesão: "O convívio com os vaqueiros desde a infância, no Sertão pernambucano, e seu grande talento para o artesanato, fizeram do Mestre Aprígio um dos maiores artistas brasileiros no trabalho com o couro. Autor de lindas peças, seus chapéus, gibões e sandálias vestiram nomes como Luiz Gonzaga, Gonzaguinha e Dominguinhos, entre tantos outros. Eleito Patrimônio Vivo de Pernambuco em 2019, seu legado permanecerá como uma referência indelével no cenário artístico e cultural do nosso Estado. Quero me solidarizar com seus familiares e amigos neste momento de dor", lastimou.