Saúde

Infectologista comenta cuidados ao frequentar locais fechados

Publicado em: 21/07/2020 15:05 | Atualizado em: 21/07/2020 15:11

 (Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR/Divulgação)
Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR/Divulgação
Nessa segunda-feira (20), a Região Metropolitana do Recife (RMR) e as Matas Norte e Sul entraram na sexta fase do seu Plano de Convivência com a Covid-19, marcado pela reabertura de academias de ginástica e o atendimento presencial em serviços de alimentação, como restaurantes, lanchonetes e cafeterias. A reabertura é baseada em protocolos de biossegurança que devem ser seguidos à risca pelas pessoas, como o uso de máscara, o distanciamento entre as pessoas, higienização constante das mãos e dos locais em que há contato manual, monitoramento e comunicação de casos suspeitos e confirmados.

“Os protocolos minimizam os riscos, mas esses riscos sempre estarão presentes enquanto houver a circulação do vírus. É importante evitar locais fechados, sobretudo, se por motivação recreacional, mas se for por outras motivações necessárias à vida, é fundamental sempre usar máscara, manter distância e ter o cuidado de higienizar as mãos”, explica o chefe do Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas (HC), Paulo Sérgio Ramos.

A retomada das atividades em Pernambuco e em várias partes do mundo acontece no mesmo período em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) aceitou a recomendação de um grupo de cientistas para reconhecer a possibilidade de transmissão aérea do novo coronavírus em ambientes fechados, cheios e inadequadamente ventilados. A OMS solicitou à comunidade científica a realização de mais estudos para investigar esses casos.

Os protocolos de reabertura trazem recomendações baseadas em evidências técnico-científicas e têm sido adotados em várias partes do mundo. “São considerados os números de casos novos, números de mortes e taxa de transmissão, assim como a retaguarda de leitos hospitalares. Riscos sempre existem e serão menores, desde que todos tenham consciência do seu papel social e isso inclui a fiscalização dos órgãos reguladores, dos empresários e da sociedade para que todos respeitem as normas de distanciamento social, o uso de máscaras e a higienização das mãos”, destaca Paulo Sérgio.

Antes dessa carta dos cientistas sobre a possibilidade de transmissão aérea, a OMS informava que o novo coronavírus se espalhava principalmente pelas gotículas respiratórias grandes expelidas por pessoas infectadas ao tossir ou espirrar, que caem e se fixam em superfícies. Por isso, preconiza as medidas de higiene constante das mãos, o uso de máscara e o distanciamento de cerca de dois metros, já que essa seria a distância máxima que as grandes partículas podem percorrer.

O novo alerta dos cientistas traz a possibilidade de a transmissão aérea ocorrer por meio de micropartículas expelidas pelo nariz e pela boca (pela respiração e pela fala), podendo ficar suspensas no ar por um período de tempo maior que as gotículas grandes e infectar outras pessoas nesse ambiente fechado e mal ventilado. "Houve relatos de surtos de Covid-19 em alguns ambientes fechados, como restaurantes, boates, locais de culto ou de trabalho, onde as pessoas podem estar gritando, conversando ou cantando. Nesses surtos, a transmissão de aerossóis, principalmente em locais fechados, onde há espaços lotados e inadequadamente ventilados, não pode ser descartada", informa a OMS.

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