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Comunidade judaica celebra Chanuká no Recife Antigo

Publicado em: 22/12/2019 21:26 | Atualizado em: 22/12/2019 22:22

Chanukiá, candelabro do Chanuká, foi montado na frente da Sinagoga Kahal Zur Israel. (Foto: Peu Ricardo/DP.)
Chanukiá, candelabro do Chanuká, foi montado na frente da Sinagoga Kahal Zur Israel. (Foto: Peu Ricardo/DP.)
A comunidade judaica do Recife se reuniu, neste domingo (22), para comemorar o Chanuká - a festa das luzes. A festividade dura oito dias, em referência ao milagre do azeite, e celebra a vitória do povo judeu contra a intolerância e a opressão do Império Selêucida. A celebração foi comandada pelo rabino americano Clifford Kulwin, que realizou as bênçãos características das velas e cantou músicas em hebraico, na sacada da Sinagoga Kahal Zur Israel, localizada no Recife Antigo.

O candelabro do evento, chamado de chanukiá, foi montado pela primeira vez na frente da sinagoga mais antiga das Américas, com velas elétricas em vez das comuns. “Essa é uma forma de deixar mais acessível o evento ao público, para que todos possam ver e entender um pouco da nossa festividade”, explicou o coordenador de comunicação da Federação Israelita de Pernambuco, Jáder Tachlitsky. 

O candelabro da festa tem nove espaços para velas - um ao centro, quatro à esquerda e quatro à direita. A vela central foi acesa pelo rabino Clifford. Já a vela do primeiro dia foi ligada pelo vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira. “A minha presença aqui não é mera cortesia ou formalidade. A prefeitura tem consciência da importância que a presença judaica teve na formação da sociedade brasileira”, afirma.

História
Chanuká, em hebraico, significa renovação. “A festa celebra o direito de você ter a sua própria identidade religiosa, de não se curvar a quem quer lhe impor coisas. A festa relembra a luta dos judeus para libertar a judeia dos selêucidas”, explica Jáder. “Eles queriam proibir a prática do judaísmo,impor a cultura grega, que era a que eles propagavam nas áreas dominadas, recorrendo até a pena de morte”, acrescenta.

A opressão revoltou os judeus, que foram à luta. “Ainda que em menor vantagem, após três anos de batalhas, conseguiram libertar Jerusalém e o templo sagrado, que estava ocupado por deuses gregos. Esse conteúdo foi retirado. Por isso que se chama chanuká, que quer dizer reinauguração, purificação do templo”, prossegue.

Jáder também explica a história do milagre do azeite. “Conta-se a história de que existia uma menorá (candelabro judaico de sete velas) de ouro dentro do templo, que deveria ficar acesa todo o tempo, e para isso precisava de azeite. Por lá, encontraram uma quantidade de azeite que só permitiria manter acesa um dia”, relata. “E daí vem o milagre. Esse azeite manteve a chama acesa por oito dias, até que um novo azeite fosse confeccionado. Por isso que o chanukiá tem oito velas, cada uma acesa em um dia da festa”, conclui.
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