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Serviços públicos de Goiana são suspensos por falta de verbas municipais

Publicado em: 03/10/2019 21:55 | Atualizado em: 03/10/2019 23:04

Foto: Bruna Costa/Esp. DP FOTO (Foto: Bruna Costa/Esp. DP FOTO)
Foto: Bruna Costa/Esp. DP FOTO (Foto: Bruna Costa/Esp. DP FOTO)
Uma briga política entre a Prefeitura de Goiana e a Câmara dos Vereadores do município que fica na Região Metropolitana do Recife (RMR) levou à paralisação nesta quinta-feira (03) dos serviços públicos essenciais da cidade, como escolas, postos de saúde e transporte municipais. Segundo o prefeito de Goiana em exercício, Eduardo Honório Carneiro (MDB), o orçamento de R$ 240 milhões, aprovado na Lei Orçamentária Anual para 2019, não foi suficiente para cobrir os gastos do município. No entanto, em abril deste ano, a Câmara dos Vereadores já havia aprovado a suplementação de recursos no valor de R$ 48 milhões. Julgando não suficiente, uma segunda suplementação orçamentária no valor de R$ 33 milhões foi solicitada pela prefeitura há 70 dias, mas a Câmara não aprovou o repasse de mais recursos. Por esse motivo, Honório decidiu paralisar os serviços públicos essenciais. 

Quem sofre é a população. “Ontem (quarta) teve aula mas hoje (quinta) não. Amanhã (sexta) ninguém sabe se vai ter e eu preciso que minha filha vá pra creche para eu poder trabalhar. Fora isso, a escola precisa de uma boa reforma, o mato está muito alto, principalmente no local da creche”, lamentou a mãe de uma aluna de 3 anos, da Escola Municipal Irmã Marie Arnele Falguieres. Ela preferiu não se identificar. A população conta que crianças e adolescentes que dependem do transporte municipal (os que moram na zona rural ou estudam no Recife, por exemplo) para estudar ficaram sem o ônibus da prefeitura ontem. O mesmo aconteceu com pacientes que necessitam do transporte municipal para realizar tratamento em outras cidades, como no Recife. 

O pescador Ricardo Antonio Gomes, 31 anos, diz que na última terça-feira o prefeito havia avisado sobre a paralisação dos serviços públicos. Honório havia avisado à população que não tinha verba. “Acho que muita gente não acredita nessa paralisação porque todomundo sabe que é uma forma de pressionar à Câmara a aprovar a liberação de mais dinheiro. Mas o que fizeram com o resto do orçamento? Porque a saúde daqui de Goiana é péssima, é horrível. E em muitas escolas a gente sabe que falta merenda. Faz anos que a cidade não tem melhoria em nada”, reclamou. A reportagem questionou à assessoria do prefeito Eduardo Honório se houve gastos extras no município que justificassem a aprovação de duas suplementações orçamentárias mas não obteve resposta. A reportagem ainda perguntou sobre a previsão atual de gastos do município para este ano e também não teve retorno. 

Ontem, após a repercussão da paralisação dos serviços públicos, dos R$ 33,8 milhões solicitados pela Prefeitura de Goiana no projeto de suplementação, a Câmara de Vereadores votou pela liberação de R$ 5 milhões através de um projeto substitutivo. “A Câmara Municipal impede a Prefeitura de realizar obras e pagar por serviços e ações importantíssimas da administração pública, como, por exemplo, a limpeza pública, a merenda e o transporte escolar, a compra de ambulâncias e medicamentos, além da construção de creches, reformas de praças, de unidades de Saúde e do Estádio Municipal Agamenon Magalhães”, informou a prefeitura de Goiana através de nota. 

Investigação

Eduardo Honório (MDB), eleito como vice-prefeito de Goiana, está substituindo o prefeito eleito Osvaldo Rabelo Filho (MDB). Ambos estão sendo investigados pelos vereadores por superfaturamento de um contrato firmado pelo município com uma empresa de coleta de lixo. No último mês de julho, a Câmara de Vereadores de Goiana abriu, de forma unânime, um processo de impeachment contra prefeito e vice prefeito. Segundo a comunicação da prefeitura, Osvaldo está licenciado por motivo de saúde. 
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