Diario de Pernambuco
Busca

Meteor

Parceria científica entre Brasil e Alemanha completa 50 anos

Publicado em: 28/10/2019 07:23

O navio alemão Meteor é usado em pesquisas sobre os impactos das mudanças climáticas. (Foto: Tarcísio Augusto/Esp.DP.)
O navio alemão Meteor é usado em pesquisas sobre os impactos das mudanças climáticas. (Foto: Tarcísio Augusto/Esp.DP.)
O aniversário dos 50 anos de parceria tecnológica e científica entre Brasil e Alemanha foi celebrada a bordo do navio alemão Meteor, atracado no Porto do Recife. O navio é usado em estudos marinhos interdisciplinares ao redor do mundo há 80 anos. O trabalho reúne cientistas de faculdades e instituições de pesquisa de diferentes nacionalidades. O objetivo da atual viagem é determinar a intensidade e as propriedades da massa de água das correntes atlânticas e os impactos das mudanças climáticas nos oceanos e seus biomas.

“O navio veio desde a costa da África até o Brasil fazendo paradas ao longo do caminho para colher amostras em diferentes profundidades, que alcançam até 6 mil metros”, destacou o cientista-chefe do cruzeiro Peter Brandt. Durante as apresentações, o destaque principal foi a parceria entre os dois países e os investimentos que serão estudados para o futuro.

“Existem cerca de 1,3 mil companhias alemãs no Brasil e isso mostra o estreito laço que essas duas nações possuem. Esses investimentos são importantes e podem ajudar a superar desafios como a mudança climática e melhorar na saúde das pessoas”, revelou o embaixador da Alemanha no Brasil Georg Witschel.

Mas, a presença alemã não está apenas no litoral brasileiro, diversos empreendimentos estão espalhados pelo Brasil, entre eles, uma torre de pesquisa na Amazônia que estuda a importância da vegetação nativa e o impacto que ela causa em todo o país. “As pesquisas realizadas nessa parte do Brasil mostram que manter a floresta intacta é importante e faz com que as chuvas originárias da vegetação, por exemplo, cheguem até a região sul do país”, apontou o vice-ministro de educação e pesquisa da Alemanha, Thomas Rachel.

Essas iniciativas e parcerias podem ajudar, inclusive, em momentos difíceis, como a crise de óleo que atinge o litoral nordestino e foi comentada pelo secretário do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcelo Morales. “Isso incentiva a procurar uma solução tecnológica para o problema e trazer à tona o conhecimento científico e tecnológico em favor do combate aos desastres”, destacou.

Recursos
Dentro do navio existem equipamentos que auxiliam os tripulantes no estudo das águas oceânicas. Entre os fatores pesquisados estão temperatura da água, salinidade, fluorescência, nutrientes e a oxigenação.

A maioria das pesquisas utiliza o mesmo tipo de maquinário, que se diferencia apenas pela resistência à profundidade. “Poucas coisas mudam, uma delas é a câmera para captura de imagens, que precisam de uma maior resistência à pressão da água quando chega aos 6 mil metros máximos de profundidade”, apontou o vice-reitor da UFPE e pesquisador e professor do departamento de oceanografia Moacyr Araujo.
Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL