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Governo do estado anuncia edital para pesquisas relacionadas ao derramamento de óleo

Publicado em: 23/10/2019 12:40 | Atualizado em: 23/10/2019 15:14

 (Foto: Matheus Brito/PMJG Divulgação.)
Foto: Matheus Brito/PMJG Divulgação.
Juntando esforços com a academia, um edital será lançado nesta sexta-feira (23), pelo Governo do Estado, para contratar 12 projetos no valor de R$ 2,5 milhões que proponham soluções para o derramamento de óleo que atinge o litoral nordestino há mais de 50 dias.  Serão selecionadas pesquisas que identifiquem os impactos desse desastre ambiental para a saúde, ao meio ambiente, e economia, por exemplo. A decisão foi divulgada após uma reunião com cientistas no Palácio do Campo das Princesas, no Centro do Recife, na manhã desta quarta-feira (23).

Por enquanto, os pesquisadores têm mais questões do que respostas. Ainda é incerto afirmar quais os prejuízos provocados à saúde a partir do contato direto com o material, de que forma fauna e flora marinhas foram impactadas e a origem desse derramamento. Por isso, o governo pretende financiar projetos que indiquem soluções de curto, médio e longo prazo. Os projetos podem ser, por exemplo, para medir a qualidade da água e saber quais áreas estão aptas ao banho de mar, análise de pescados, para avaliar quais os riscos de contaminação ou ainda estudos que indiquem características desse óleo que está chegando nas praias e o seu nível de toxicidade.

Os estudos serão analisados pela Fundação de Amparo a Ciência e Tecnologia (Facepe). Os grupos de pesquisa de instituições públicas e privadas podem submeter os projetos divididos em seis áreas temáticas de pesquisa e desenvolvimento com aplicação prática no prazo de um ano. "Nós vamos tomar proveito das competências que já existe instalada no estado de Pernambuco para aplicar nesse problema. Cada um dos selecionados terá valor aproximado de R$ 200 mil. Nós vamos abarcar toda a cadeia de contaminação. Temos a preocupação de incentivar que a pesquisa aplicada vá na direção da saúde humana, na flora e na fauna para que a gente não tenha nenhum tipo de impacto além do que a gente está vendo nas praias", comentou o diretor da Facepe, Fernando Jucá.

 (Foto: Américo Santos/SEI.)
Foto: Américo Santos/SEI.
Para o vice-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Moacyr Araújo, esse desastre ambiental possíveis acidentes no futuro. "Um dos principais motivos dessa reunião de hoje foi aglutinar as forças acadêmicas e científicas do estado para fazer frente de uma forma mais orgânica e estruturada com relação a esses acontecimentos. Pernambuco não produz petróleo. Toda entrada e saída é para refinaria com um processo de muito cuidado e nós estamos vulneráveis porque Pernambuco está em uma rota por onde passam 140 navios-tanque por mês. Então é muita circulação do material e a gente tem que tomar medidas para garantir uma maior previsão de acidentes como esse no futuro", alertou.

"O estado precisa tomar medidas mitigadoras para aliviar esse clima de tensão. O governo poderá contratar laboratórios, instituições, parcerias e temos um orçamento assegurado para isso. O edital é concorrente, qualquer qualquer instituição de pesquisa no Brasil ou exterior pode disputar em várias áreas focando em como isso pode afetar em diferentes áreas: economia, alimentação, turismo, saúde e tantas outras questões que se envolve em um desastre dessa natureza", comentou o secretário de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, Aluísio Lessa.

Já em relação às investigações que devem apontar a origem do óleo e o que provocou o derramamento, segundo o secretário, devem ficar a cargo do Governo Federal através de órgãos reguladores. "É preciso identificar de onde veio e quem causou. Nós temos a Agência Reguladora Nacional que foi criada para punir e corrigir distorções na área de Petróleo. Então através da Marinha, Polícia Federal e Ibama, o Governo Federal é responsável pelas investigações. E não havendo identificação de responsabilidade, seguros internacionais garantem cobrir toda essa destruição que a natureza vai sofrer", afirmou.
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