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DESASTRE

Com a continuidade do derramamento de óleo, pescados devem passar por análises

Publicado em: 23/10/2019 14:44 | Atualizado em: 23/10/2019 15:13

 (Foto: Tarciso Augusto/Esp.DP.)
Foto: Tarciso Augusto/Esp.DP.
Além da preocupação com a contaminação dos voluntários que retiram o óleo das praias pernambucanas sem equipamentos de segurança e das consequências do desastre ambiental para a vida marinha, é preocupação de pesquisadores a qualidade do pescado após o contato com o material tóxico que circula pelas águas desde setembro. Uma reunião entre membros do Governo do Estado com as Universidades Federais e outras instituições de pesquisa discutiu de que forma os peixes e crustáceos serão analisados a partir de agora.

De acordo com o secretário estadual de saúde, André Longo, o órgão já faz monitoramento de saúde ambiental e, até o momento, não há uma recomendação oficial para evitar consumir pescados. "A recomendação é de não ter contato com o óleo. Se há óleo visível na praia ou na areia, deve-se evitar o contato. Nesse momento, não há nenhuma restrição, nenhum estado restringiu o consumo de pescado durante esses 50 dias das ocorrências. A gente vai precisar fazer mais estudos, análises desses pescados para fazer recomendação", disse.

Já o vice-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Moacyr Araújo, defendeu a criação de um plano de análise para garantir a qualidade de consumo. "A gente sabe que esse problema vai ter uma duração mais prolongada e que a toxicidade desse material é elevada. A princípio, precisamos ter um plano de análise de todo esse pescado, sobretudo naqueles estuários que foram mais impactados para ter um diagnóstico do nível de contaminação", afirmou.

Na próxima semana, um grupo de trabalho será criado pela Academia Brasileira de Ciências com especialistas do Nordeste para discutir as próximas ações na região. De acordo com o professor de física e membro da Academia, Anderson Gomes, existe um desdobramento científico para entender os impactos da presença dessas manchas nas praias.

"Os pesquisadores irão medir a quantidade de óleo que ainda sobra ao longo do tempo. Isso precisa ser feito tanto em loco, como em laboratório, necessitando de equipamentos específicos. O Instituto Tecnológico de Pernambuco pode fazer parte disso tanto na área de alimentos, como de meio ambiente", comenta.
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