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Padroeira

Devotos de Nossa Senhora do Carmo seguem santa pelas ruas do Recife

Publicado em: 16/07/2019 20:32 | Atualizado em: 16/07/2019 21:17

Procissão percorreu diversas ruas do centro do Recife - Bruna Costa/Esp. DP

Devoção, emoção e fé. Essa foi a essência do encerramento da festa de Nossa Senhora do Carmo, ocorrida no fim da tarde desta terça-feira (16). No ano em que se celebra um século de sua coroação canônica, a imagem da padroeira do Recife foi restaurada e desfilou pelo centro da capital, dentro de um andor imponente, dourado, decorado por flores brancas. A procissão saiu pelas ruas com uma multidão de fiéis.

Antes da procissão, foi realizada uma missa campal, em frente à Basílica do Carmo. A celebração foi comandada pelo arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, acompanhado por dom Fernando Saburido, arcebispo de Olinda e Recife, e de outros clérigos. “Vocês fizeram um grande sacrifício em sair de casa e estar aqui, apertados, em pé o tempo todo. Mas o fazem com alegria, com fé, com generosidade”, agradeceu dom Orani ao público.  

"Vocês fizeram um grande sacrifício em sair de casa e estar aqui", agradeceu dom Orani, arcebispo do Rio - Bruna Costa/Esp. DP

Na multidão, muitos rostos. Há aqueles que vieram de longe, como o manobrista Robson Santos, 37 anos, que mora em Paulista, Região Metropolitana. “Quando minha esposa estava grávida, fiz uma promessa: se meu filho nascesse bem e ela tivesse saúde para criá-lo comigo, todo ano que eu viver trarei minha família aqui, para a procissão de Nossa Senhora do Carmo”, conta

Robson estava junto do filho Jobson, de 7 anos, e de sua esposa, a dona de casa Elaine Maria, 26 anos. “Eu já sou devota há muitos anos, quando criança, meus pais me traziam. Hoje, minha ligação com Nossa Senhora é mais forte, pelo meu filho. Tá com saúde, graças a Deus, e estamos aqui para agradecer por mais um ano”, relata Elaine.

Célia Monteiro: conforto na fé para suportar a perda da mãe - Bruna Costa/Esp. DP

O cortejo move amizades, como a da dona de casa Mercedes da Silva, 71, e da doméstica Maria José do Nascimento, 61. Vizinhas, as duas vieram de Água Fria, bairro da Zona Norte da capital. “Não sou aquela católica fervorosa como era minha mãe, mas gosto de participar da procissão. É lindo, eu fico emocionada”, confessa Maria José.

E na hora da dificuldade, é na fé que se busca consolo. A aposentada Célia Maria Monteiro, 61, perdeu a mãe na semana passada, vítima de Alzheimer. “Ela faleceu em casa, tinha 91 anos. E Nossa Senhora do Carmo me dá conforto. Você vê que eu não estou chorando, sei que ela está em um bom lugar”, diz ela, antes de ir caminhar nas ruas junto da santa.

Cortejo saiu por volta das 18h da Basílica do Carmo - Bruna Costa/Esp. DP

Esta foi a 323ª festa da padroeira. No meio do caminho, estava a aposentada Valdecy Maria de Melo, 70. Todo ano, ela fica no cruzamento da Avenida Nossa Senhora do Carmo com a Rua da Praia distribuindo terços gratuitamente ao público. “Foi uma promessa. Eu me sinto uma privilegiada de morar aqui. Foi um presente que Nossa Senhora do Carmo me deu. Tenho certeza absoluta que só consegui essa casa por intercessão dela”, pontua. 

A procissão saiu da basílica por volta das 18h e percorreu a Avenida Nossa Senhora do Carmo, Avenida Martins de Barros, Praça da República, Rua do Sol e a Avenida Guararapes, de onde retornou à igreja.
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