Festejos

HR contabiliza 41 pessoas com queimaduras neste São João

Publicado em: 26/06/2019 09:48 | Atualizado em: 26/06/2019 10:10

Luisa, 3 anos, sofreu queimadura na perna esquerda após cair em uma fogueira. Foto: Marcionila Teixeira/DP
Os festejos juninos ainda serão encerrados no próximo dia 29, quando se comemora São Pedro, mas o número de atendimentos no Hospital da Restauração (HR) em virtude de queimaduras por fogos de artifício e fogueiras já chama a atenção. Do último dia 12 até agora, 41 pacientes deram entrada na unidade, sendo 29 por conta do manuseio inadequado de fogos de artifício e 12 casos relacionados a fogueiras. O balanço total do período será divulgado na próxima segunda-feira. A maioria dos episódios aconteceu na Região Metropolitana do Recife, mas casos registrados no interior ainda podem chegar ao HR, já que muitas vezes os primeiros socorros acontecem nos municípios.

Luisa Vitória, 3 anos, ficou com uma queimadura na coxa esquerda após cair na brasa de uma fogueira do vizinho, no bairro de Dois Unidos, no Recife. A avó da criança, Maria das Graças dos Santos, 47, disse que a garota foi pegar uma fralda descartável para o irmão quando o acidente aconteceu. A fogueira, acessa no dia anterior, ainda tinha brasa. Essa é uma das principais falhas de quem gosta de manter esse tipo de tradição, segundo o médico Marcos Barreto. “O correto é jogar água na fogueira antes de dormir para evitar acidentes”, explicou.

Médico Marcos Barretto alerta para o manuseio de fogos e fogueiras. Foto: Marcionila Teixeira/DP

Segundo o balanço, 15 crianças se acidentaram com fogos e outras oito com fogueiras. Quanto aos adultos, 14 se acidentaram com fogos e outros quatro com fogueiras. Os casos considerados mais graves são quando as vítimas perdem alguma parte do corpo, o que aconteceu com três adultos (com idades variando entre 40 e 51 anos) e com duas crianças, de 9 e 12 anos, que perderam dedos das mãos. Ou seja, um total de cinco pessoas mutiladas. “O número total de feridos em relação ao total de pessoas que acenderam fogos e fogueiras é pequeno. Mas imagine que cada um dos feridos tem uma família que sofre com o ocorrido”, explicou o médico Marcos Barreto.

Das 20 pessoas que precisaram ser internadas, 13 ainda permanecem na unidade, sendo uma em estado mais grave, na UTI. “Não podemos eliminar a tradição. Enquanto os fogos estão na prateleira, não são risco. A mão do homem é que dá essa condição”, acrescentou o médico. Ele preferiu não comparar os casos deste ano com os do ano passado, quando aconteceu a Copa do Mundo e muito mais manuseio de fogos de artifício. Em relação a 2017, entretanto, os números atuais são preocupantes. Naquele ano, foram 55 casos em todo o período junino, com 20 internações, sendo nove adultos e 11 crianças. Este ano, o HR já alcançou as 20 internações e ainda não contou com São Pedro.

Bruno, 12 anos, feriu o rosto e uma das mãos ao acender a pólvora de uma bomba achada na rua. Foto: Marcionila Teixeira/DP

Bruno Heleno, 12, feriu o rosto e uma das mãos manuseando fogos de artifício. Por pouco não atingiu os olhos e prejudicou a visão. “Ele e um amigo acharam uma bomba na rua e resolveram abrir para tirar a pólvora e acender. Foi quando teve a explosão”, contou a mãe do garoto, Jandielma Albina, 41. A família mora no Cabo de Santo Agostinho. Agora, é aumentar os cuidados para o São Pedro que se aproxima. 

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