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Arrastão do frevo

Homem da Meia-Noite leva centenas de pessoas ao Bairro do Recife

Publicado em: 05/05/2019 17:52 | Atualizado em: 05/05/2019 17:57

Arrastão do frevo acontece todo primeiro domingo do mês. Crédito: Peu Ricardo/DP

O Bairro do Recife entrou em clima de carnaval fora de época na tarde deste domingo (5). Uma das figuras mais simbólicas da Festa de Momo em Pernambuco, o calunga do Homem da Meia-Noite, levou centenas de apaixonados pela folia e curiosos ao Recife Antigo. Com uma orquestra de 20 músicos e 12 passistas, o calunga percorreu as principais ruas do bairro, em um arrastão do frevo que empolgou os participantes. O projeto faz parte da programação do Paço do Frevo, que realiza periodicamente desfiles de agremiações, sempre com concentração no Marco Zero, nas tardes de domingo. Geralmente, o arrastão acontece no primeiro domingo de cada mês e oferece acesso gratuito ao museu.

O Clube de Alegoria e Crítica O Homem da Meia-Noite tirou passistas, clarins, orquestra e diretoria, além do seu mais ilustre representante, de Olinda e trouxe para o Recife para reverenciar a cultura pernambucana. “É uma emoção grande estar aqui, com o calunga, o Marco Zero e o povo. E principalmente com ele tendo voz. A roupa do Homem da Meia-Noite neste ano falou, trazendo como base os princípios da constituição de 1988 e dizendo que juntos podemos sempre mais. Costumo dizer que tudo passará, mas o frevo permanecerá eterno”, comentou o presidente do clube, Luiz Adolpho.

O gestor cultural Igor Rodrigues, 33 anos, e a administradora Elisângela Alves, 47, são seguidores fiéis do calunga. Aproveitaram a passagem dele pelo Recife e foram a caráter reverenciar a figura. “O Homem da Meia-Noite no Recife vai além de um intercâmbio cultural com Olinda, já que ele representa a cultura pernambucana. Ele é uma referência para mim, desde pequeno, devido ao contexto histórico que há ao redor dele”, comentou Igor. “Tenho um filho de oito anos que diz que quando crescer irá levar o calunga. O Homem da Meia-Noite é a expressão do povo. É a cultura que nasce nas comunidades”, complementou Elisangêla.

Muitos recifenses se deslocaram para o Bairro do Recife apenas para o arrastão. “Eu deixei tudo para vir acompanhá-lo. Como não costumo ir à noite ao carnaval, nunca consigo acompanhar o desfile. Mas sempre fico em frente a televisão vendo. Também sou apaixonada pelo carnaval e costumo frequentar as prévias. Estava esperando setembro, mas elas chegaram mais cedo”, afirmou a autônoma Ivana Santos, 39. Com 87 anos de história, o Homem da Meia-Noite sai oficialmente na madrugada entre o sábado de Zé Pereira e o domingo de carnaval, na sede situada no bairro do Bonsucesso.

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