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Procissão

Via Sacra da Fraternidade percorre ruas do Centro do Recife

Publicado em: 17/04/2019 12:25 | Atualizado em: 17/04/2019 12:42

Foto: Mandy Oliver/DP (Foto: Mandy Oliver/DP)
Foto: Mandy Oliver/DP (Foto: Mandy Oliver/DP)

Em meio às vozes que louvavam durante a caminhada da Via Sacra, que percorreu as ruas do Centro do Recife na manhã desta quarta-feira (17), a intérprete de libras Alessandra Cristina Souza traduzia os hinos para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) garantindo a participação e interação dos surdos durante a celebração católica. O exemplo de inclusão serviu para reforçar um dos pilares defendidos pela campanha da Fraternidade 2019 que tem como tema "Fraternidade e Políticas Públicas".

"A comunidade surda na Igreja Católica é grande e precisa ser abraçada. Defendemos uma sociedade em que os surdos sejam incluídos e tenham seus direitos garantidos", defendeu Alessandra, que congrega na Basílica da Penha, no bairro de São José.

A participação da sociedade para propor soluções de problemas como desigualdade, preconceito, pobreza e falta de segurança, foi defendida pelo bispo auxiliar, dom Limacêdo Antônio, que conduziu a 19ª Via Sacra da Fraternidade, desde a concentração, no pátio de São Pedro, até o Pátio do Livramento, onde encerrou.
Foto: Mandy Oliver/DP (Foto: Mandy Oliver/DP)
Foto: Mandy Oliver/DP (Foto: Mandy Oliver/DP)


"Essa caminhada é de grande importância, sobretudo por ser no Centro da cidade nos levando a refletir o que é a cidade. Não é somente um amontoado de pessoas, mas o lugar de vivermos como cidadãos. A campanha da Fraternidade nos ajuda a perceber que precisamos de políticas públicas e implementá-las. Então rezarmos, pedimos orientação a Deus e sabedoria. A tarefa de corresponder aos apelos não é só das autoridades. Cada cidadão é chamado a dar sua resposta. Esse momento é de grande valia e a Igreja não é indiferente. Tudo o que é realmente humano é de interesse de Deus porque somos seus filhos e filhas", comentou dom Limacêdo.

Os fiéis se revezaram carregando uma cruz de madeira com mais de 100 quilos, percorrendo as principais ruas do centro comercial da capital. A aposentada Benedita Lourenço, de 75, acordou ainda de madrugada para estar na concentração da Via Sacra. Apesar de caminhar sob forte sol carregando a cruz que simboliza o calvário de Jesus, ela contou que não desanimou pelo cansaço. "Não estou apenas carregando essa cruz. Estou carregando as cinco chagas do Senhor para curar nossas feridas. Então só posso dizer a Jesus para derramar seu sangue para salvar a todas as pessoas", comentou a fiel que congrega na Paróquia do bairro de Nova Descoberta.

Foto: Mandy Oliver/DP (Foto: Mandy Oliver/DP)
Foto: Mandy Oliver/DP (Foto: Mandy Oliver/DP)
Enquanto passava pelas ruas do Centro do Recife, a Via-Sacra era acolhida por comerciantes que participaram da caminhada oferecendo espaço para oratórios enquanto o padre Salesiano João Carlos Ribeiro fazia as liturgias. Ao todo, foram precorridas 15 estações no Pátio de São Pedro, na Basílica do Carmo, Praça da Independência, Largo do Rosário, Pátio do Livramento e nas ruas Nova, Camboa do Carmo, Souto Maior, Duque de Caxias e da Palma.

A vendedora Danielle dos Santos, 27, trabalha em uma ótica no bairro de Santo Antônio e comenta que há 4 anos prepara o oratório para receber a Via-sacra. Já que acontece em horário comercial, ela encontrou uma alternativa de participar da celebração. "Aqui nós recebemos os fies que estão caminhando a tanto tempo, oferecemos água, um momento de descanso e ouvimos a palavra de Deus", disse. 

A procissão ainda contou com um momento de arrecadação de alimentos para Núcleo de Apoio a Criança com Câncer (NACC). Ao fim da caminhada o arcebispo dom Fernando Saburido presidiu a Santa Missa na Basílica do Carmo, às 11h.
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