Monumento

Parque das Esculturas deve ser reformado neste ano

Publicado em: 07/04/2019 07:00 | Atualizado em: 07/04/2019 10:05

Sem manutenção, a exposição ao ar livre se deteriora. Foto: Tarciso Augusto/Esp. DP.
Guaritas pichadas e sem utilização, esculturas depredadas, escadas com degraus desnivelados e estruturas de ferro expostas, paralelepídeos soltos, tubulação sem fiação. Do corredor de acesso ao Parque das Esculturas Francisco Brennand até o fim dele, tudo remete à desolação e descuido. Das seis esculturas de pássaros que ficam à beira d’água, só duas ainda têm cabeças. A figura que representa Cosme perdeu a companhia do irmão Damião, de quem só restou a parte inferior do tronco. No interior da Coluna de Cristal, o cheiro de urina se faz mais presente do que qualquer detalhe arquitetônico ou adorno decorativo. Em boa parte dos suportes de cerâmicas, faltam peças. Resumindo, um passeio pouco atrativo para turistas e nativos que vão ao parque inaugurado em 2000 e reformado 13 anos depois.

Desde o ano passado, entretanto, há uma perspectiva de recuperação do espaço específico onde ficam as esculturas. Um projeto de requalificação da área orçado em R$ 2 milhões e que foi inscrito em edital do Ministério do Turismo se encontra em fase de captação de recursos.

A secretária de Turismo, Esportes e Lazer do Recife, Ana Paula Vilaça, afirma que a prefeitura já captou uma emenda orçamentária. “Por motivos de contingenciamento do governo federal no ano passado, algumas emendas caíram, incluindo essa. Em seguida, conseguimos captação com o Ministerio das Cidades que não contemplava a iluminação cênica, de forma que estes recursos acabaram sendo destinados a melhorias no Cais da Aurora”, explica. Em outra frente de trabalho, o município busca emendas parlamentares. Ana Paula conta que, desde o início de 2019, alguns deputados têm direcionando suas ações para a questão e que o projeto foi inscrito junto à Celpe, que irá lançar um edital de eficiência energética e iluminação pública. “Muita coisa foi depredada. Independentemente destes recursos, iremos empreender algumas melhorias no segundo semestre, provalvemente em setembro, como recuperação das esculturas, dos portões e grades, enquanto perseguimos esta questão da iluminação”, afirma.

Além do levantamento do montante, o início das obras depende de um projeto de reestruturação da segurança no local, que envolve instalação de guaritas, cancelas e câmeras, bem como ações mais efetivas de policiamento. Ana Paula afirma que a secretaria já procurou uma articulação com a Guarda Municipal e a Policia Militar.

“Atualmente há rondas no local, mas esse policiamento deve ter ponto fixo”, reforça. O ponto depende da reforma das guaritas já existentes o que, segundo a secretária, é de responsabilidade do governo estadual. Em nota, a Secretaria de Turismo e Lazer do estado afirma que, a convite do Ministério Público, participou de reunião, no final de 2018, quando foi acertado que trabalharia em conujunto com a prefeitura na elaboração de um plano de manejo do Parque de Esculturas e no desenvolvimento de um novo projeto para a área. O órgão não respondeu sobre a recuperação das guaritas existentes.

A Polícia Militar informou que o patrulhamento de Brasília Teimosa, onde se localiza o Parque, é realizado pelo 19º BPM, que, em apoio à atuação da Prefeitura do Recife, aciona viaturas e motopatrulheiros que se revezam em rondas no local. O Gati também fica de sobreaviso para reforçar a segurança sempre que necessário. A PM destaca ainda que o comando do Batalhão, ultimamente, não tem recebido queixas, mas que está à disposição da comunidade e dos visitantes para denúncias e sugestões.

Turistas
Enquanto as obras não se iniciam, seja da parte de quem for responsável por ela, aos turistas fica a decepção. A técnica em enfermagem Deusenilda Botelho, 38, veio de Roraima a Pernambuco pela primeira vez e, apesar de encantada com a beleza das esculturas, percebe o quanto o local precisa de requalificação. “São problemas que poderiam ser consertados. Senti falta também de banheiros”, relata. Seu anfitrião, o militar Roberto Clemente, 27, é pernambucano, mas nunca havia estado no local. “É um espaço muito bonito, mas poderia haver um cuidado maior para que isto não acontecesse”, afirma.

Já o funcionário público Hélio Perrini, 46, voltou ao local depois de quatro anos para apresentá-lo ao filho Heitor, de 3, mas não pretende visitá-lo outra vez. “Aqui, podemos visualizar a completa ausência do poder público. Há sujeira, animais mortos, preservativos usados, mau cheiro, restos de drogas, muita bagunça.”

Para Herberto Branco, são os pescadores que ainda preservam o parqeu. “Aqui as embarcações param para fazer reparos. O local poderia ter movimentação maior se tivéssemos autorização para, por exemplo, uma pescaria comunitária”, sugere. 
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