Mobilidade

Passagem de ônibus mais cara a partir de amanhã

Novos valores foram regulamentados e divulgados hoje no Diário Oficial

Publicado em: 01/03/2019 08:41 | Atualizado em: 01/03/2019 08:42

O anel A passará de R$ 3,20 para R$ 3,45. Foto: Nando Chiappetta/DP.
O orçamento do folião que pretende ir aos polos usando transporte público neste carnaval precisará ser revisto em cima da hora. À véspera do início da festa, a passagem de ônibus foi reajustada e ficará mais cara já à 0h de amanhã. A medida deverá impactar ainda mais a vida do usuário a partir da quarta-feira de Cinzas, primeiro dia útil com os novos preços. Nesta sexta-feira (1º), os novos valores, arredondados pela Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe), foram divulgados no Diário Oficial do Estado.  

De acordo com a publicação, o anel A passará de R$ 3,20 para R$ 3,45. O anel B irá de R$ 4,40 para R$ 4,70. Já a tarifa G passou de R$ 2,10 para R$ 2,25. As passagens do Shopping Rio Mar (Opcional) e do Aeroporto (Opcional) passaram de R$ 4 para R$ 4,30. Para as linhas Gaibu/Barra de Jangada (via Paiva); Candeias (Opcional); Piedade (Opcional); UR-11 (Opcional) e UR-02/Ibura (Opcional), o valor foi de R$ 6 para R$ 6,45. A tarifa do Recife/Porto de Galinhas mudou de R$ 10,70 para R$ 11,45. Já a passagem da linha Recife/Porto de Galinhas (Opcional) aumentou de R$ 15,60 para R$ 16,75.

Após ser adiada duas vezes por decisões judiciais, a reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM) aprovou nessa quinta-feira (28) um reajuste de 7,07% nas tarifas. O percentual sugerido pelo Grande Recife Consórcio de Transporte aumentará as passagens dos anéis A, B e G. O anel D deixará de existir. Dos 24 conselheiros, 19 participaram. Treze votaram pelos valores propostos pelo Grande Recife, inclusive representantes das prefeituras e dos órgãos gestores de trânsito do Recife e Olinda, do Detran-PE e da Companhia Brasileira de Trens Urbanos. 

O último reajuste ocorreu em janeiro de 2017. Segundo o diretor de operações do Grande Recife, André Melibeu, o aumento considerou o custo da operação do sistema e a redução no número de passageiros de ônibus. “É nossa obrigação manter o equilíbrio financeiro do sistema. A gente não pode reduzir o serviço na mesma proporção do passageiro pagante. E mostramos isso na reunião. A redução de passageiros pagantes foi na ordem de 12,5%”, explicou Melibeu.

A proposta que teve maioria dos votos foi uma das três levantadas desde o início do processo. Uma delas, de autoria do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), previa reajuste de 16,18%, que significaria acréscimo de R$ 0,50 no anel A. Outra proposta - dos conselheiros da sociedade civil - pretendia reduzir a passagem em 9%, com correção do anel A de R$ 3,20 para R$ 2,90. Essa sequer chegou a ser incluída na votação, pois três dos representantes da sociedade se retiraram da reunião antes da votação. O grupo afirma que os últimos aumentos tarifários (2015, 2016 e 2017) tiveram índices 200% acima do IPCA do período, o que não seria permitido pelo manual de operações do sistema de transporte.

“Existem dois tipos de tarifa remunerada ao operador: aquela de licitação e a destinada ao usuário. Não ficou claro o que seria votado (na reunião de ontem). Depois de muito entrave, nos foi colocado que seria a tarifa pública. Mas há dois modelos em operação: as concessões e as permissões. O manual diz que as tarifas pagas pelo usuário serão reajustadas anualmente com o IPCA. O nosso pedido era dividir o que seria deliberado para permissionárias e concessionárias. Isso não foi acatado”, afirmou o coordenador da Frente de Lu- ta Pelo Transporte Público e representante da sociedade civil no conselho, Pedro Josephi.

Segundo o presidente do conselho, o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação do estado, Marcelo Bruto, o reajuste considera o IPCA entre dezembro de 2016 e novembro de 2018, não estando acima do índice. “O estudo tarifário não precisa se apegar ao IPCA. Quando você pega os 24 meses de variação dos custos, tarifa e IPCA, eles são equivalentes”, afirmou. De acordo com ele, mesmo com os reajustes, o governo precisa aportar R$ 245 milhões anuais, entre R$ 45 milhões diretos e R$ 200 milhões em subsídios, para a operação das concessionárias, que mantém o BRT.

A contrapartida do reajuste é que as empresas de ônibus renovem 655 veículos até o fim do ano. “Eles já renovaram 180. Caso não cumpram, será descontado na revisão tarifária do ano subsequente”, disse Bruto. A Urbana-PE afirmou que as empresas acatarão a nova tarifa, porém reforçou que o percentual fica abaixo do necessário para o nível de serviço desejado.
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