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Fevereiro Laranja alerta para o combate à leucemia

Publicado em: 16/02/2019 08:30 | Atualizado em: 18/02/2019 15:07

Nyelle da Silva Dornellas, 23, recebeu o diagnóstico da doença há sete meses. Foto: Peu Ricardo / DP

Leucemia, câncer que ocorre na formação das células sanguíneas. Um nome que provoca apreensão. Afinal, está no imaginário coletivo de boa parte dos brasileiros a fatídica cena de novela que causou comoção em todo o país nos anos 2000 quando a atriz Carolina Dieckmann chora ao ter os cabelos raspados em virtude dos efeitos da quimioterapia, tratamento indicado para a doença. Dezenove anos depois, a incidência da doença no país, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) é de 5,9 mil casos novos casos em homens e 4,8 mil em mulheres. Em Pernambuco a média é de 4,6 casos para cada 100 mil entre os homens e nas mulheres de 3,2 casos para grupo de 100 mil. Neste mês, o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) reforça a importância da campanha Fevereiro Laranja para a prevenção, diagnóstico e combate à leucemia. Durante todo o mês, haverá a distribuição de panfletos educativos a pacientes e acompanhantes na unidade de saúde.

A estudante de 23 anos Nyelle da Silva Dornellas, recebeu o diagnóstico de forma repentina e inesperada há sete meses. Em meio à rígida disciplina de um curso para vigilante, ela começou a sentir dificuldade em ficar muito tempo em pé. Achou que o problema se devia aos esforços que vinha fazendo. Logo depois, nasceu um edema no dente e ela procurou um dentista, que acreditou que o siso estava nascendo na direção contrária e sugeriu uma operação para o dia 16 de julho deste ano. No dia 10, Nyelle não conseguiu mais ficar de pé e foi para a emergência da UPA de Nova Descoberta, de onde foi transferida para o Hospital Agamenon Magalhães. Lá, recebeu o diagnóstico de leucemia linfoide aguda. Sem sangramento, sem febre, sem suores noturnos. Apenas a falta de forças. No dia 13, foi transferida para o Hospital do Câncer de Pernambuco. A primeira sessão de quimioterapia aconteceu no dia em que faria a cirurgia dentária. Foram oito sessões e ela cumpriu a última. Expectativa é de ter alta em 20 dias. “Agora estou tomando um antiviral. Estou e continuarei na fila de transplantes, mas só virei ao hospital uma vez ao mês para monitoramento, exames, consultas. Estou superansiosa para tudo acabar. Graças a Deus, agora é só vitória e ficar perto da minha filha”, revelou.

Diferentemente do que se pensa, a leucemia não atinge apenas os glóbulos brancos (leucócitos), mas também plaquetas e hemácias, embora isto aconteça mais raramente. Segundo a hematologista Lorena Costa, hemoglobina, leucócitos e plaquetas, são todas “fabricadas” na medula óssea. “A hemoglobina transporta oxigênio para as células. Quando está em baixa, a pessoa sente-se cansada, fatigada. As plaquetas são responsáveis pela coagulação. Quando estão em baixa, aparecem sangramentos (nariz, pele, em volta dos dentes). Quando os leucócitos caem ou não funcionam de modo normal, a imunidade cai”, explica. Em qualquer uma destas estruturas, o problema pode ser quantitativo ou qualitativo.

A leucemia também pode ser classificada como aguda ou crônica, dependendo da velocidade de agravamento. O tipo mais comum é a aguda, onde as células sanguíneas jovens não conseguem amadurecer para realizar suas funções, multiplicando-se rapidamente. Segundo relata a também hematologista Karina Caldas, do Hospital do Câncer de Pernambuco, neste tipo há sintomas como falta de ar ao realizar atividades habituais, sensação de tontura, por vezes desmaio. Então, a pessoa chega ao diagnóstico devido aos sintomas apresentados. “Já a crônica possui uma velocidade de evolução mais lenta e muitas vezes sua confirmação vem a partir de um hemograma de rotina. Tanto um tipo quanto outro são cancerosos”, explica. A leucemia também pode ser mieloide ou linfoide, de acordo com o tipo de celular que cada uma acomete. As mieloides, os neutrófilos e as linfoides, os linfócitos.
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