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Estudantes universitários denunciam golpe de empresa de formaturas

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE)

Publicado em: 15/01/2019 21:30 | Atualizado em: 15/01/2019 21:44

Alunos em frente à sede da empresa, que funcionava em Santo Amaro, no Recife. Crédito: Cortesia
Universitários de várias instituições privadas da Região Metropolitana do Recife (RMR) foram vítimas de um golpe ao tentar realizar o sonho de festa de formatura. Pelo menos 12 grupos de cinco faculdades denunciam que a empresa Núcleo de Apoio ao Formando (NAF) recebeu o dinheiro, mas não realizou os eventos contratados em 2016 e previstos para acontecer entre a metade de 2018 e 2019. Desde agosto do ano passado, o dono teria desaparecido. O caso está sendo investigado pela Delegacia do Consumidor, o Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri) e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que abriu um inquérito civil.

Alunos de turmas de jornalismo, biomedicina, nutrição, ciências contábeis, fisioterapia, administração e marketing de instituições como o Centro Universitário dos Guararapes (UniFG), a Universidade Maurício de Nassau (Uninassau) e a Estácio integram a lista de lesados. De acordo com uma aluna de uma turma da UniFG, que preferiu não se identificar, ela e os colegas só ficaram sabendo que não haveria festa menos de 10 dias antes do baile. "Em agosto do ano passado, eles começaram a dizer que tinham pago várias coisas sem nossa autorização, como banda e decoração. Tiraram R$ 16 mil extra da turma. De repente, chegou um boleto da casa de festa avisando que o pagamento estava em atraso e a festa não iria acontecer", contou.

Ao ir em busca de informação na sede da empresa, localizada na Rua Major Codeceira, em Santo Amaro, uma das alunas teria sido trancada no imóvel por questionar a idoneidade da empresa. "Foi quando denunciamos à polícia e descobrimos que não éramos a primeira turma. Já havia uma investigação por estelionato contra o dono. Aí eles fecharam a sede", lembrou a estudante. A turma dela, que faria a festa integrada com estudantes de ciências contábeis, tinha 25 pessoas. Cada uma pagou cerca de R$ 3,4 mil pelo baile, culto e aula da saudade.

De acordo com os estudantes, a empresa teria mudado de sede diversas vezes e de sócios desde que surgiu no mercado. Um dos integrantes da empresa teria chegado a seguir com as reuniões com os estudantes, mesmo após as denúncias à polícia. "Nossa festa estava orçada em mais de R$ 100 mil. É frustrante, pois é um sonho, um investimento da família. Minha avó queria ver minha formatura e não pode", lamentou a menina.
Cartazes colados em frente ao imóvel da sede. Crédito: Cortesia

Outra integrante de comissão de formatura de uma turma da Estácio, cuja festa seria realizada em maio deste ano, disse que deixou de ter contato com as pessoas da empresa desde novembro do ano passado. "Em outubro, um dos sócios disse que iria assumir a presidência do NAF. Quando foi em novembro, ele mandou mensagem dizendo que não fazia mais parte da empresa e não deu qualquer outro esclarecimento", contou. Segundo ela, foram oferecidos dois pacotes às turmas, nos valores de R$ 4,5 mil e R$ 3,5 mil. "O mais alto incluía uma viagem para Pipa, no Rio Grande do Norte, que chegou a acontecer. Mas desde fevereiro do ano passado a gente estava sentindo algo estranho, eles demoravam para responder", disse.

Nesta quarta-feira (16), estudantes de outras três turmas devem comparecer à delegacia para denunciar o NAF. Representantes da empresa foram autuados pela 17ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor da Capital a prestar esclarecimentos ao MPPE. Um inquérito policial também foi aberto. 
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