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Prisão

Após audiência de custódia, PMs cumprem prisão preventiva no Centro de Reeducação da Polícia Militar

Os militares montavam falsas blitzes de fiscalização da Lei Seca e cobravam cerca de R$ 1 mil aos motoristas irregulares

Publicado em: 22/01/2019 10:04 | Atualizado em: 22/01/2019 10:40

Os sete policiais militares autuados no município de Ipojuca tiveram a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva após passarem por audiência de custódia, realizada na tarde de ontem, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no Recife. Os PMs montavam falsas blitze de fiscalização da Lei Seca foram presos na noite deste sábado (19) suspeitos de praticarem concussão (extorsão praticada por servidores públicos).

Os policiais Lázaro Barbosa de Lima, Rogério Dias do Nascimento, Cláudio Rodrigues da Silva, Maurílio Sebastião Toledo da Silva Filho, Edson Alves de Souza, Marcos Antônio de Oliveira Júnior e Denis de Andrade Moura Júnior foram autuados por crime militar. Eles foram encaminhados para o Centro de Reeducação da Polícia Militar de Pernambuco (Creed).

Lotados no 18º Batalhão da PM, sediado no Cabo de Santo Agostinho, eles montaram falsa blitz da Lei Seca em Porto de Galinhas e cobravam entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil para liberar os motoristas que haviam sido flagrados em situação irregular.

"No fim do ano passado, recebemos uma denúncia e, a partir de então, instauramos um Procedimento Administrativo. As investigações prosseguem e, a partir da divulgação, possivelmente aparecerão mais vítimas. Esse é um trabalho constante que fazemos e aqueles que não agem como servidor público, como um agente da lei e em proteção da sociedade, fatalmente serão alcançados e poderão ser excluídos das corporações, além de responderem criminalmente", disse o secretário de Defesa Social, Antonio de Pádua.

Os policiais foram autuados por crime militar na Delegacia de Polícia Judiciária Militar da PMPE (DPJM), no Comando Geral da PM, no Quartel do Derby, e estão detidos no Batalhão de Choque. Nesta segunda-feira (21), serão apresentados à Justiça. Foram enquadrados no 305 do Código Penal Militar e responderão não apenas na Justiça Penal, como também em Procedimento Administrativo Disciplinar, sendo garantido o direito à ampla defesa e ao contraditório.

"A Polícia Militar jamais vai tolerar comportamentos inadequados de seus integrantes. A resposta a qualquer desvio de conduta será sempre embasada pelo rigor da Lei, em respeito à sociedade pernambucana e à imensa maioria de seus militares, pessoas honradas que vestem com orgulho sua farda, entregando todos os dias a própria vida em defesa de cada um dos pernambucanos", ressaltou o comandante geral da PM, Coronel Vanildo Maranhão.

Participaram da ação a Corregedoria, Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) e o Grupo de Operações Especiais (GOE), vinculado ao Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado. O GOE teve sua missão redefinida no final de 2018 e, entre suas mais importantes atribuições, está a investigação de casos de corrupção com a participação de policiais.
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