Saúde

Seminário apresenta resultados sobre o impactos sociais e econômicos pela zika

Iniciados em janeiro do ano passado, simultaneamente em Pernambuco e no Rio de Janeiro, o levantamento contou com a participação de profissionais da Fiocruz-PE

Publicado em: 30/11/2018 21:00 | Atualizado em: 30/11/2018 21:16

Foto: Venilton Kuchler/ ANPr
Resultados preliminares da pesquisa Impactos Sociais e Econômicos da Infecção pelo Vírus Zika no Brasil foram divulgados nesta sexta-feira (30), durante seminário realizado no auditório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-PE), na cidade Universitária. De acordo com a médica Tereza Lyra, coordenadora dos trabalhos em Pernambuco, a finalidade do estudo era conhecer todas as dificuldades enfrentadas pelas famílias com crianças portadoras da Síndrome da Zika Congênita (SZC), principalmente com relação ao acesso aos serviços básicos de saúde. Mas um dado chamou a sua atenção, segundo afirmou, “ao identificar que o ônus do problema recai notadamente sobre as mães, mulheres que abrem mão de tudo, principalmente do aspecto social, para cuidar dos seus filhos. Elas dispensam tudo para se dedicar a eles.” 

Iniciados em janeiro do ano passado, simultaneamente em Pernambuco e no Rio de Janeiro, o levantamento contou com a participação de profissionais da Fiocruz-PE, Instituto Fernandes Figueira (IFF Fiocruz), Universidade Federal de Pernambuco e London School of Hygiene and Tropical Medicine. Pelo menos 500 questionários foram aplicados e realizadas 147 entrevistas, sendo 73 no Recife e Região Metropolitana, e 74 no Rio, envolvendo profissionais da saúde, mães e outros parentes de crianças com o vírus, mulheres grávidas e em idade reprodutiva, homens também em idade reprodutiva e cuidadores de crianças com a SZC. 

A coordenadora informou que a pesquisa constatou que em Pernambuco o acesso aos serviços de saúde para crianças portadoras da Síndrome da Zika Congênita até que melhorou, mas garantiu que “apesar da ampliação, ainda existem muitas dificuldades, porque os atendimentos nem sempre são no mesmo local. Como elas necessitam submeter-se a vários tipos de procedimentos, os constantes deslocamentos significam problemas para as famílias. Infelizmente o tratamento da doença é muito complexo, é meio lento e suas respostas não são imediatas.” 

Dra.Tereza Lyra adiantou também que a pesquisa agora vai para a fase de avaliação dos dados. Ao que afirmou, “espera-se que as informações possam ajudar o Governo a aprimorar as políticas públicas voltadas para as populações com deficiências. Mas não somos otimistas, porque o que vai assumir não coloca como prioridade as políticas sociais. Mas isso não vai arrefecer os ânimos dos profissionais nem das mães. Vamos continuar cobrando, dando visibilidade aos resultados e discutindo com a sociedade, pois o assunto não se esgota aqui, até porque as crianças vão continuar exigindo outras questões de ações evidenciadas, como, por exemplo, a idade pré-escolar, ou seja, o acesso à educação”.

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